Denúncia sem fronteiras

MPF acusa policiais argentinos que extorquirem brasileiros

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10 de maio de 2007, 20h44

O Ministério Público Federal do Rio Grande do Sul enviou ofício a autoridades argentinas denunciando a extorsão de veículos com placas brasileiras que circulam pela Ruta 14, estrada que liga o município de Uruguaiana, no Brasil, a Buenos Aires, capital da Argentina.

Com o ofício, assinado pelo procurador da República, Osmar Veronese, seguiu reportagem, de um jornalista brasileiro e outro argentino, que relatava os abusos sofridos pelos dois ao trafegarem com um veículo totalmente compatível com as exigências argentinas, mas de placa brasileira.

Um dos abusos relatados foi a cobrança de um "salvo-conduto", no valor de R$ 64, com 24 horas de validade, que impediria que o veículo fosse repreendido por outro policial.

O ofício foi enviado ao presidente argentino Néstor Kischner, ao ministro do interior, Aníbal Fernández, ao deputado Alberto Balestrini e ao procurador-geral do país, Esteban Righi.

Veronese pede "a instauração de investigações e aplicação de medidas repressivas". Ele defende que "a corrupção, em suas variadas formas, é prática delituosa, silenciosa e nefasta (…) não se pode permitir que a parte corrupta das instituições contamine toda a estrutura político-social".

O MPF se colocou à disposição das autoridades argentinas para auxiliar nas investigações, inclusive colhendo depoimentos de pessoas que foram vítimas ou testemunhas das supostas extorsões.

A situação, segundo o ofício, "é lesiva em todos os aspectos, não apenas com relação às pessoas vitimadas, mas também a toda a população dos países irmãos, Paraguai e Uruguai inclusive, na medida em que as rotas de turismo e comércio do Mercosul acabam prejudicadas".

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