Viagem a Cuba

Michael Moore é investigado e processado nos Estados Unidos

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10 de maio de 2007, 17h59

Ganhador do Oscar e inimigo do Partido Republicano dos Estados Unidos, o cineasta Michael Moore, que fez Tiros em Columbine, está sendo processado e investigado pelo Departamento do Tesouro americano. A investigação foi motivada por ele ter levado em viagem a Cuba, para tratamento, trabalhadores dos resgates dos escombros dos ataques de 11 de setembro, há quase seis anos. A viagem foi feita para tomadas de seu novo filme, intitulado “Sicko”, um trocadilho com “sick” (doente). O filme trata do sistema de saúde dos Estados Unidos. As informações são do site Findlaw.

O Departamento do Tesouro notificou Moore em carta no dia 2 de maio. Afirmou que ele estava sendo investigado sob acusação de ter violado o embargo dos Estados Unidos contra Cuba. “Este departamento não tem ciência que o senhor tenha obtido autorização para fazer viagem que envolveu transações financeiras com Cuba”, disse o oficial Dale Thompson na missiva.

Moore levou 10 trabalhadores da Operação Ground Zero. A Operação Ground Zero, como ficou chamado o esforço de limpeza e resgate dos escombros das Torres Gêmeas, acabou gerando efeitos colaterais que prejudicaram a saúde dos trabalhadores que contraíram doenças respiratórias e gastro-intestinal graves. Centenas de trabalhadores acabaram mudando de Nova York em busca de ar puro. As vítimas reclamam do mau atendimento médico que o governo americano lhes tem prestado. Estima-se que 40 mil pessoas tenham trabalhado na Ground Zero.

Moore tomou a decisão do filme depois que um juiz federal rejeitou as acusações feitas por milhares de trabalhadores, que tentavam processar a cidade de Nova York e 150 empreiteiras. Para tanto, alegaram que ficaram doentes em decorrência de trabalhos de resgate e limpeza nos escombros do World Trade Center. De acordo com a ação, os trabalhadores sofreram danos por respirar a poeira tóxica dos escombros.

O juiz Alvin K. Hellerstein não acatou a ação contra as empresas privadas por entender que elas não “têm controle legal da área e, portanto, não são imputáveis pelos danos causados à saúde dos trabalhadores”.

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