Morte na floresta

Acusado de mandar matar freira no Pará vai a julgamento dia 14

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4 de maio de 2007, 0h02

O fazendeiro Vitalmiro Bastos de Moura, o Bida, um dos mandantes do assassinato da irmã Dorothy Mae Stang, em Anapu, no Pará, vai a julgamento nos próximos dias 14 e 15 de maio, em Belém. Bida está preso no Complexo Penitenciário de Americano.

A freira católica Dorothy Stang foi assassinada a tiros no dia 12 de fevereiro de 2005, causando grande repercussão internacional e chamando a atenção para os conlitos na luta pela terra na região da Transamazônica, no estado do Pará.

Dorothy Stang foi alvejada por Raifran das Neves Sales, o Fogoió, com seis tiros de arma de fogo calibre 38. Clodoaldo Batista estava ao lado de Raifran e assentiu a toda a execução. Os dois foram os primeiros a serem julgados, sendo condenados, respectivamente, a 27 e 17 anos de reclusão em regime fechado. Eles estão recolhidos em presídio da Região Metropolitana de Belém. Em razão da pena a que foi condenado, Raifran deve ser submetido a novo julgamento pelo Tribunal do Júri.

Amair Feijoli da Cunha, o Tato, fazendeiro responsável por intermediar o assassinato, foi levado a julgamento no final de abril de 2006 e condenado ao cumprimento a 18 anos de prisão.

Também foi denunciado de ser mandante do crime o fazendeiro Regivaldo Pereira Galvão, que aguarda o julgamento em liberdade, por decisão do Supremo Tribunal Federal.

O Pará registrou, nos últimos 33 anos, 772 assassinatos de trabalhadores rurais e de pessoas que os apoiavam. Somente em três casos houve o julgamento de mandantes dos crimes – os casos de Expedito Ribeiro, de João Canuto e de Eldorado do Carajás.

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