Operação Vaga Certa

Universidade diz que vai apurar suposta fraude no vestibular

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2 de maio de 2007, 18h09

A Universidade Mogi das Cruzes (UMC) apontada como uma das universidades que, supostamente, teve o seu vestibular fraudado pela quadrilha que vendia vagas em universidades divulgou nota à imprensa reafirmando a lisura de seu processo seletivo e se diz descontente com o jornalismo que dá voz somente à acusação e não ao acusado.

Ao noticiar a Operação Vaga Certa, em nenhum momento a imprensa acusa a universidade de promover fraudes.

Em nota, a UMC diz que ainda não foi informada oficialmente sobre o andamento do inquérito da Policia Federal e que se coloca à disposição para facilitar as investigações na tentativa de descobrir e abortar qualquer tipo de fraude.

“A Universidade não se furtará a colocar em prática todos os seus mecanismos internos de apuração e controle para que seus milhares de alunos não sejam prejudicados”, diz o documento.

A operação

O Ministério Público Federal no Rio de Janeiro já ofereceu denúncia criminal e pediu a prisão preventiva da quadrilha que vendia vagas em universidades, em geral para cursos de medicina. Na Operação Vaga Certa, da Polícia Federal, o MPF pediu a prisão preventiva de nove pessoas e oito mandados de busca e apreensão no Rio de Janeiro e no Ceará, expedidos pela 3ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro.

Os réus responderão pelos crimes de estelionato, falsificação de documentos públicos e formação de quadrilha. O MPF já obteve o bloqueio das contas bancárias dos acusados, para assegurar o confisco do produto dos crimes.

De acordo com o MP, O esquema funcionava desde 2004 mediante substituição do candidato por pessoa que fazia as provas em seu lugar portando documento de identidade falsificado. As vagas eram vendidas por valores entre R$ 25 mil e R$ 70 mil. Há provas da venda de pelo menos 20 vagas e de que os acusados receberam valores que, somados, ficam em torno de R$ 500 mil.

As investigações começaram por iniciativa do MPF com interceptações telefônicas e incluíram quebras de sigilo bancário e fiscal.

“Há dois aspectos negativos na atuação da quadrilha: a contratação de universitários para substituir os candidatos que compravam as vagas e o fato de as vagas compradas serem para cursos de medicina. O dano para a sociedade é duplo: corrompem-se exames vestibulares e abrem-se as portas para médicos com formação básica deficiente”, ressalta o procurador da República responsável pela denúncia, Marcello Miller.

Leia íntegra da nota da UMC

Nota à Imprensa

No dia em que a Imprensa traz notícias dando conta de uma suposta ocorrência de fraude em seu vestibular, a Universidade de Mogi das Cruzes (UMC) vem a público reafirmar a lisura de seu processo seletivo e mostrar seu descontentamento com o jornalismo que dá voz somente à acusação e não ao acusado – a despeito dos inúmeros canais que mantém abertos com as redações e funcionam inclusive aos sábados, domingos e feriados.

A UMC sabe que, por ter alguns dos mais qualificados cursos do Brasil e um dos vestibulares mais concorridos do País, pode ser vítima de pessoas mal intencionadas. É por isso que a sua Comissão Permanente de Processos Seletivos (CPPS) mantém rigoroso esquema de segurança para descobrir e abortar qualquer tipo de fraude.

Embora a UMC ainda não tenha sido informada oficialmente sobre o andamento dos trabalhos policiais em questão, a direção da instituição coloca-se à disposição das autoridades constituídas para facilitar as investigações. Assim que for notificada, pressupondo veracidade no que a Imprensa publicou nesta data, a Universidade não se furtará a colocar em prática todos os seus mecanismos internos de apuração e controle para que seus milhares de alunos não sejam prejudicados.

Foi procedendo desse modo transparente que, em quatro décadas de existência, a Universidade de Mogi das Cruzes consolidou seu nome na sociedade.

UMC — Universidade de Mogi das Cruzes

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