‘Cérebro da jurisprudência’

Sala-cofre do Supremo suporta incêndio, enchente e até explosão

Autor

27 de junho de 2007, 15h07

Os processos do Supremo Tribunal Federal ganharam segurança. Há duas semanas, está funcionando a chamada sala-cofre, no anexo I da Corte. O espaço é monitorado por câmeras 24 horas por dia e suas paredes foram construídas com material semelhante ao usado na caixa-preta de aviões para suportar altas temperaturas, enchentes e até explosões de granada, sem estragos. O investimento foi de R$ 10 milhões. A informação é do jornal Correio Braziliense.

Tanta tecnologia é para garantir a inviolabilidade de todo o sistema de dados da corte e também mais segurança, principalmente, aos processos que correm em segredo de Justiça, como os inquéritos do mensalão e da Operação Hurricane.

A repórter Fernanda Guzzo conta que na sala não há pilhas de processos. O que existe é um Centro de Processamento de Dados (CPD) com megaprocessadores que têm a capacidade inimaginável de armazenar 200 terabytes em dados — um terabyte eqüivale a um trilhão de bytes. Toda a memória e dados do tribunal ficam armazenados lá.

A idéia é que com a informatização dos processos em curso na Justiça brasileira, a tramitação torne-se totalmente eletrônica e, assim, todas as informações da Corte passarão a ser asseguradas por esse sistema. O acesso à sala é limitado. No máximo, 10 pessoas terão livre acesso a ela. A identificação será feita por senha e impressão digital. Há ainda um sistema para evitar ataques de hackers e vírus.

Antes da construção do espaço, o CPD ficava em uma sala como qualquer outra, sem a estrutura apropriada. Em caso de incêndio, havia apenas extintores e um sistema interno de “chuveirinho”. Por isso, o tribunal resolveu investir em um sistema de sensores que, ao menor sinal de alteração no ar, lançam um gás que extingue imediatamente qualquer início de incêndio no interior do cofre. Caso haja fogo na área externa, as portas, paredes, o teto e o piso suportam aproximadamente 50 minutos de chamas intensas.

A fase de informatização dos processos começou na semana passada no Supremo. Foi quando a presidente Ellen Gracie apresentou o e-STF, que permite que os recursos sejam apresentados ao tribunal por meio eletrônico.

Desde o início de seu mandato à frente da presidência do STF, a ministra se dedica à bandeira da modernização do Judiciário. Segundo ela, a nova aquisição é fundamental para o ingresso do STF na nova fase dos processos informatizados. “É uma caixa de segurança. Tínhamos todas as informações em risco de um eventual incêndio ou de uma perda de qualquer natureza. Agora, elas ficam preservadas dentro da sala-cofre. Ela vai guardar todo o cérebro da jurisprudência brasileira”, disse.

Tags:

Encontrou um erro? Avise nossa equipe!