Em risco

Juiz que atuou no caso Lewis ‘Scooter’ Líber é ameaçado de morte

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17 de junho de 2007, 11h56

O juiz que condenou Lewis “Scooter” Líber à prisão declarou em Washington, neste final de semana, que tem sido ameaçado de morte. Libby, ex-chefe de gabinete do vice-presidente americano Dick Cheney, foi condenado em março por obstruir uma investigação sobre quem teria vazado a identidade de uma agente secreta da CIA casada com um diplomata que criticou a guerra do Iraque. As informações são do site Findlaw.

“Venho recebendo telefonemas e cartas com ameaças”, disse o juiz Reggie B, responsável pela sentença do ex-chefe de gabinete. Na quinta-feira passada (14/6), o juiz iniciou as audiências para decidir se Libby pode recorrer em liberdade e afirmou que as ameaças não vão alterar sua decisão.

Lewis Libby renunciou, no final de 2005, quando foi acusado de mentir aos investigadores que tentavam identificar quem vazou a identidade da ex-espiã Valerie Plame , que trabalhava para CIA (agência de inteligência americana). A informação foi publicada pelo colunista Robert Novak e pela jornalista Judith Miller, do New York Times.

O vazamento aconteceu depois que o marido de Plame, o ex-embaixador Joseph Wilson, publicou artigo no New York Times. Ele acusou a Casa Branca de usar motivos falsos para justificar a guerra do Iraque.

Na época da invasão, o embaixador desmentiu publicamente que aquele país tivesse adquirido urânio enriquecido em níger para fabricar armamento nuclear. A fabricação de bombas nucleares foi um dos argumentos usados pelo presidente George Bush para deflagrar a guerra contra Saddam Hussein.

O promotor Patrick Fitzgerald alega que Libby soube da identidade da ex-espiã através de Cheney e de outros funcionários. Fitzgerald não acusou ninguém de identificar intencionalmente Plame, revelação considerada crime nos Estados Unidos.

Segundo os advogados de Libby, seu cliente foi usado de bode expiatório. Ele não teria mentido intencionalmente em seus depoimentos. As contradições do ex-chefe de gabinete se devem a um problema de memória, segundo sua defesa.

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