Novo corregedor

Asfor Rocha diz que vai “extirpar do Judiciário quem não serve”

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16 de junho de 2007, 9h23

Na posse da nova composição do Conselho Nacional de Justiça, o corregedor Cesar Asfor Rocha afirmou que não hesitará” em mostrar e explicar os deslizes internos do Poder Judiciário” durante os próximos dois anos, tempo de duração de seu mandato e de seus novos colegas. A reportagem é do jornal Folha de S. Paulo.

Em nome do CNJ, Asfor Rocha prometeu “prevenir esses deslizes, coibir as atividades distorcivas e extirpar do judiciário os que não o honram, não o servem, não o engrandecem, mas o envergonham, o desmerecem e o desprestigiam”.

Logo de início, o corregedor, que também é ministro do Superior Tribunal de Justiça, deve comandar uma sindicância que investiga juízes citados no inquérito da Operação Hurricane — que desarticulou um esquema de venda de sentenças para beneficiar empresários ligados à máfia dos caça-níqueis.

Serão investigados o também ministro do STJ Paulo Medina, os desembargadores José Eduardo Carreira Alvim e Ricardo Regueira e o juiz Ernesto Dória, os três últimos presos na operação da Polícia Federal.

Asfor Rocha preferiu não tratar diretamente do assunto, mas disse que não deixará de investigar magistrados que por ventura cometeram “ilicitudes”. “Sabemos que todos esperam do CNJ uma atuação elevada e nobre, não contra os magistrados, que esses merecerão todo os apoios e aplausos, mas contra os que , travestidos de julgadores, encontram no campo da atividade judicial o espaço para desenvolver ilicitudes e cometer infrações”.

A presidente do Supremo Tribunal Federal e do próprio CNJ, ministra Ellen Gracie, admitiu em seu discurso na cerimônia de posse, que o conselho se perdeu, algumas vezes, nos seus primeiros anos (2005-2007), em casos individuais. Mas pediu para que a nova composição do conselho não repita os erros do passado.

“A composição que hoje se despede foi insistentemente demandada a desviar-se, distraindo sua atenção para demandas individuais e de somenos importância, que, todavia, nas circunstâncias de seu nascedouro, serviram, ainda assim, para a indispensável formação de experiência do corpo colegiado”, disse.

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