Escândalo estampado

Juiz do Tribunal Constitucional do Peru renuncia após escândalo

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14 de junho de 2007, 17h06

O Parlamento do Peru aprovou, nesta quinta-feira (14/6), a renúncia do magistrado Javier Ríos Castillo, eleito para ser um dos ministros do Tribunal Constitucional. Sua situação se complicou depois que a revista Caretas (a Caras peruana) publicou uma foto de Ríos Castillo almoçando com Agustín Mantilla e Óscar López Meneses, ambos processados por corrupção. No Brasil, seria como se um ministro do Supremo Tribunal Federal fosse pego conversando amistosamente em um restaurante com um acusado de corrupção.

O Congresso tomou a decisão por 64 votos a favor e uma abstenção. Não foi alterada a indicação dos outros três ministros eleitos para o Tribunal Constitucional. Momentos antes da votação, o advogado do juiz já havia apresentando formalmente a renúncia dele para a presidente do Congresso, Mercedes Cabanillas.

Ríos Castillo deu uma entrevista coletiva dizendo que era uma vítima e assegurava que não tinha vínculos com Mantilla e Meneses apesar das fotos e vídeos do almoço que aconteceu em um restaurante em Lima. O juiz afirmou que “muitas pessoas” têm interesse em prejudicá-lo. “Confio que a minha inocência será demonstrada”, disse.

Durante o primeiro do governo do atual presidente Alan Garcia (1985-1990), Agustín Mantilla foi vice-ministro do Interior. Membro do Partido Aprista Peruano, ele tem relações políticas com o presidente desde década de 70.

Em 2001, um vídeo mostrou Mantilha recebendo uma propina de R$ 30 mil de Vladimiro Montesinos, ex-chefe do Serviço de Inteligência Nacional. Na oportunidade, ele, que era deputado, chegou a ser condenado a seis anos de prisão. O dinheiro serviria para campanha do ex-presidente Alberto Fujimori. Óscar López Meneses era também um dos colaboradores de Montesinos.

Em março deste ano, Mantilha se envolveu em outro escândalo. Foi acusado de ter participado da matança no presídio da ilha El Frontón, em 1986, onde 118 presos por terrorismo foram executados durante um motim.

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