Volta ao trabalho

Delegados acusados de vazar informação são reintegrados

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31 de julho de 2007, 16h44

Dois renomados delegados da Polícia Federal voltaram ao trabalho, nesta segunda-feira (30/7), meses depois de terem sido afastados de suas funções pelo Superior Tribunal de Justiça. Trata-se dos delegados Zulmar Pimentel e César Nunes.

Pimentel retornou à frente da Diretoria Executiva da Polícia Federal. Foi dali afastado por 60 dias, em decisão da ministra Eliana Calmon, do STJ, relatora do inquérito da Operação Navalha. Já o delegado Nunes voltou ao posto de superintendente da PF na Bahia.

A ministra Eliana Calmon decidiu pelos afastamentos de Pimentel e Nunes em maio, a pedido do Ministério Público Federal. O MPF os acusa de terem interferido nas investigações da Operação Octopus, originária da Operação Navalha, que investigou suspeitas do envolvimento de policiais federais com fraudes em licitações públicas no Nordeste.

Para o MPF havia indícios de supostas ligações entre os dois delegados e o empresário Zuleido Veras, dono da Gautama e acusado de comandar o esquema de licitações fraudadas investigadas pela operação Navalha. Pimentel e Nunes voltaram ao trabalho sem que o STJ tenha chegado a qualquer conclusão definitiva sobre suas atuações no caso.

As suspeitas sobre os dois foram levantadas pelo setor de inteligência da PF que sustenta que o ex-superintendente da corporação no Ceará, delegado João Batista Santana recebeu informação privilegiada de Zulmar Pimentel sobre a “existência de investigação contra o mesmo, inviabilizando, assim, o prosseguimento desta (a Operação Octopus)”.

A inteligência da PF sustenta que Zulmar avisou o colega de sua exoneração, ocorrida a 8 de março. A colegas, os dois delegados dizem que agora dispõem dos elementos necessários para abrir processo contra o PF, que os acusou “sem provas”.

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