Faxineira absolvida

Brasileira que chantageou juízes fica livre de processo

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28 de julho de 2007, 9h31

A faxineira brasileira Roselane Driza, 37, acusada de chantagear seus ex-patrões, dois juízes britânicos, ficou livre do processo nesta sexta-feira (27/7), depois que a Promotoria do Reino Unido retirou as denúncias. Ela tinha dois vídeos caseiros de sexo e drogas do casal, que furtou enquanto trabalhava.

A brasileira chegou a ser condenada a 33 meses de prisão em outubro passado, mas só ficou presa até fevereiro, quando a sentença foi anulada. O advogado de acusação, John Black, decidiu não continuar o processo, alegando que os juízes estão “muito doentes” para prestar declarações. A reportagem é do jornal Folha de S. Paulo.

Com a decisão da Promotoria, não será necessário um novo julgamento. “Liberdade”, gritou Roselane, com os braços erguidos ao sair do tribunal. “A Justiça foi feita, estou muito feliz e orgulhosa com Deus”, disse, mas se negou a discutir o caso. Disse que só quer comemorar e terminar seus estudos de Filosofia.

Triângulo amoroso

Sua história, seu jeito desinibido e as roupas coloridas deliciaram os leitores dos tablóides sensacionalistas britânicos. Roselane começou a fazer faxina em 1999 na residência da juíza, cuja identidade não foi revelada pela Justiça britânica -apelidada de “J” pela imprensa local.

“J” a apresentou a outro juiz, Mohammed Ilyas Khan, 61, e Roselane começou a trabalhar para os dois magistrados, que atuavam no Tribunal de Asilo e Imigração. Khan e J eram namorados. Por achá-la “intrometida”, J a demitiu. Mas Roselane continuou a trabalhar para Khan, e se tornou amante dele. Não se sabe quanto tempo durou o triângulo amoroso, mas logo os juízes romperiam.

Tudo degringolou após Khan demiti-la em 2004. Os juízes acusam Roselane de ter furtado vídeos de sua casa e exigido 20 mil libras (R$ 80 mil) para não revelar as indiscrições do casal.

Segundo Roselane, a juíza aparece cheirando cocaína e mantendo relações sexuais com Khan. Em outro vídeo, Khan faz um “ménage à trois” com J e uma terceira mulher, não identificada. Ela também denunciaria os dois juízes da Imigração por mantê-la trabalhando por cinco anos, apesar de sua situação ilegal. J se defendeu, dizendo que a brasileira se apresentava como “refugiada”.

Roselane entrou no Reino Unido como turista em 1998. Em 1999 conseguiu um visto de estudante, que nunca renovou. Além dos tablóides, jornais de prestígio no país, como “The Guardian” e “The Times”, e a rede BBC deram muito espaço ao caso – “da imigrante chantagista e os juízes contraventores”, com sexo, drogas e vídeos.

Roselane não faz mais faxina e diz que está desempregada há dois anos, “à espera do visto”. Ela admite que pediu dinheiro ao casal, “não como chantagem, mas como pagamento pelos anos trabalhados”.

Ex-marido mafioso

Outra aventura da brasileira em solo britânico foi seu casamento com um suposto mafioso albanês. Os dois se conheceram em um bar em Londres e se casaram sete meses depois. Roselane o abandonou ao descobrir seu passado.

O ex-marido se encontra preso na Itália pelo assassinato de outro albanês na Sicília, e é procurado pela Justiça britânica pela morte de um kosovar lá.

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