Em outras mãos

Leilão de obras dos Mayrink Veiga atinge R$ 2,5 milhões

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25 de julho de 2007, 14h02

Com o leilão de parte de sua coleção de obras de arte, realizado nesta terça-feira (25/7), a família Mayrink Veiga conseguiu arrecadar cerca de R$ 2,5 milhões. Com o dinheiro, será possível pagar a dívida de R$ 1,4 milhão com os liquidantes do extinto Banco Nacional e parte do que a família deve ao Banco do Brasil.

O advogado Ivan Nunes Ferreira, que representa a família Mayrink, considerou o leilão um sucesso. “Estamos muito satisfeitos. O mercado de arte brasileira está de parabéns”, afirmou ao Consultor Jurídico. Antes do leilão, a estimativa era de arrecadar R$ 2 milhões.

A empolgação se deve aos valores em que foram vendidas obras como as de Milton Dacosta. Uma delas, denominada Rapto, obteve o maior valor da coleção, R$ 480 mil. As onze obras do artista ultrapassaram R$ 1,5 milhão. Segundo o advogado, “nunca os quadros de Milton Dacosta foram tão valorizados”. O conjunto de jantar de porcelana japonesa alcançou R$ 420 mil. Já o retrato da socialite Carmen Mayrink Veiga, pintado por Cândido Portinari e cujo valor inicial era de R$ 350 mil, não obteve lance e continua com a família.

A dívida originária com o Banco do Brasil era de cerca de R$ 15 milhões. Os acordos estão em andamento e a família está renegociando a dívida com a instituição financeira. Até o final do ano, o casal Mayrink pretende quitar o que falta, valor não revelado pelo advogado. Mas ele acha que a família não precisará leiloar outras obras.

O leilão, que aconteceu no Rio de Janeiro, promovido pelos leiloeiros Soraia Cals e Evandro Carneiro, foi autorizado pelo juiz Oswaldo Henrique Freixinho, da 29ª Vara Cível da capital fluminense .

O casal Antônio Alfredo Mayrink Veiga, o Tony, e Carmen Terezinha Solbiati Mayrink Veiga fizeram parte da alta sociedade por décadas. Gastaram a fortuna obtida com a Casa Mayrink Veiga em viagens, obras de arte, roupas, entre outros luxos. A Casa Mayrink Veiga, , fornecia armamentos, munição e equipamentos para as Forças Armadas brasileiras dede a Guerra do Paraguai (1864).

A partir da década de 1990, a empresa da família, hoje desativada, começou a entrar em crise. Segundo Tony contou para a Veja Rio, os problemas começaram com o Plano Collor e o bloqueio de contas bancárias além da falência da empresa inglesa Ferranti, de um de seus sócios.

Além de desfazer de bens para pagar as dívidas que restaram dos anos de luxo, os Mayrink têm, também, de conviver com limitações físicas que, dizem, a mudança do estilo de vida provocou. Tony teve um infarto e Carmen sofre de uma doença degenerativa semelhante à esclerose múltipla, que limita os seus movimentos. Resquício dos tempos de glória, o casal vive num apartamento de mil metros quadrados na enseada de Botafogo, na zona sul do Rio de Janeiro.

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