MP quer investigar rombo de R$ 500 milhões em Alagoas
22 de julho de 2007, 11h13
O procurador federal Rodrigo Telles de Souza, da Procuradoria da República em Alagoas, decidiu pedir à Polícia Federal e ao Ministério Público Estadual que investiguem denúncias de irregularidades cometidas pelo governo do estado na renegociação das Letras do Tesouro Estadual, durante o final da primeira gestão do governador Ronaldo Lessa (PDT).
A denúncia foi feita pelo empresário paulista Antônio Carlos Santos Morais, em setembro de 2006, ao procurador-geral da República, Antônio Fernando Souza, e distribuída para o Ministério Público Federal. Transformada em processo e enviada para Alagoas, a denúncia foi distribuída para o procurador da República Rodrigo Telles. A informação é da Agência Estado.
Segundo Morais, as irregularidades na renegociação das Letras envolvem também o recebimento do deságio pago pelos credores dos títulos. “Se o credor aceitasse pagar o deságio de até 36% teria perda total”, afirmou o investidor, que atua no mercado de ações em São Paulo. Ele está brigando na Justiça para ser ressarcido em quase R$ 10 milhões.
De acordo o empresário paulista, a negociata rendeu, supostamente ao governo Lessa cerca de R$ 500 milhões. O ex-governador reconheceu que o estado ganhou dinheiro com a renegociação dos títulos, mas não soube precisar quanto. Segundo ele, o dinheiro conseguido com os credores dos títulos foi usado para pagar salários.
Para o autor das denúncias, há suspeita que os recursos tenham sido desviados para outros fins. Por isso, o MPF quer aprofundar as investigações. A PF e ao Ministério Público Estadual querem saber porque não foi feita a prestação de contas dos recursos conseguidos pelo governo Lessa na renegociação das Letras.
“Precisamos saber onde o governo aplicou esses R$ 500 milhões da negociata das Letras, que quebrou o Estado, mas garantiu a reeleição de Lessa”, afirmou o advogado Richard Manso. Ele defende uma auditoria nas contas do estado, do governo Lessa para cá. “Só assim, termos idéia do tamanho do rombo causado aos cofres públicos”, justificou.
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