Luto no Senado

Morre senador Antônio Carlos Magalhães, aos 79 anos

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20 de julho de 2007, 11h54

O senador Antônio Carlos Magalhães (DEM-BA) morreu na manhã desta sexta-feira (20/7), no Instituto do Coração, em São Paulo, de falência múltipla dos órgãos. O senador, um dos atores mais influentes na vida política nacional nos últimos 50 anos, era diabético e estava internado desde 13 de junho para tratamento de disfunção renal e insuficiência cardíaca. Ele completaria 80 anos em setembro.

ACM era o chefe de um clã político que dominou a política na Bahia desde o período da ditadura militar. Seu filho Luis Eduardo Magalhães morreu em abril de 1998, quando era presidente da Câmara. Seu neto, ACM Neto é um dos mais loquazes opositores do governo Lula.

Antônio Carlos Magalhães foi governador da Bahia, em três mandatos, deputado federal, senador, presidente do senado, e ministro de Estado.

Lançou-se na política ao se eleger deputado estadual em 1954, mas sua carreira deslanchou depois da instalação do regime militar em 1964. Das mãos dos generais que se sucederam na presidência da República recebeu a nomeação para a prefeitura de Salvador, o governo da Bahia, a presidência da Eletrobrás e da Itaipu Binancional, bem como o ministério das Comunicações.

Com o processo de redemocratização, em 1986, continuou tendo papel de destaque na política. Através do voto popular voltou ao governo da Bahia em 1994 e elegeu-se senador em 1998. Escolhido presidente do Senado, exerceu grande influência no governo Fernando Henrique Cardoso, dentro da aliança governista que uniu PSDB e PFL.

Seu declínio político começa com a morte súbita do filho Luis Eduardo Magalhães, então presidente da Câmara dos Deputados, e se acentuou com o escândalo do Painel de votação do Senado. Envolvido no episódio que violou o sigilo da votação do processo de cassação do senador Luis Estevão, ACM foi obrigado a renunciar para ser cassado, mas voltou, novamente pelo voto popular, na eleição seguinte. Ma nunca mais mostrou o mesmo poder e a mesma truculência que caracterizaram sua trajetória política. Sofreu sua maior derrota política ao ver seu candidato ao governo da Bahia, Paulo Souto, ser derrotado pelo petista Jacques Wagner nas última eleições.

O velório será realizado no Palácio da Aclamação, em Salvador. Durante 55 anos, essa foi residência oficial dos governadores da Bahia. O enterro será no Cemitério Campo Santo.

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