Cabeças do Congresso

Entre parlamentares mais influentes, 22 são da área jurídica

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17 de julho de 2007, 0h01

Entre os 100 parlamentares mais influentes do Congresso, 22 são advogados, promotores ou ex-juiz. Os dados são do Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar), que há 14 anos faz um levantamento desse tipo. Na ótica do Diap, os 100 selecionados são os operadores-chave do processo legislativo brasileiro.

Chamada de “Cabeças do Congresso”, a pesquisa mostra que no primeiro time do parlamento, 19 são advogados, dois são promotores de justiça e um é ex-juiz (Flávio Dino do PCdoB do Maranhão). O levantamento será oficialmente lançado em agosto.

Segundo o estudo O que esperar do novo Congresso (do próprio Diap e do site Congresso em Foco), dos 618 parlamentares eleitos para a legislatura 2007/20011, 81 são operadores do Direito.

Os números demonstram que a comunidade jurídica representa 13% do parlamento, mas, na elite, o índice sobe para 22%.

Entre os 100 mais influentes, 73 são deputados e 27 senadores. Proporcionalmente, o Senado tem maior participação na lista. A representação dos senadores na composição do Congresso é de 13,64%. Mas na elite a participação dos senadores é de 27%.

Os dois partidos com maior número de parlamentares na lista são o PT (25), ao qual é filiado o presidente Lula, e o PMDB (17), que tem a maior bancada na Câmara dos Deputados e no Senado.

O PSDB, segundo maior partido da oposição, está empatado em terceiro lugar no ranking com o PMDB. O PSB tem com sete no grupo, o PTB e o PCdoB, quatro. O PR e o PP tem três e dois cada. Os partidos da base de sustentação do governo (PT, PMDB, PP, PTB, PR, PCdoB e PSB) reúnem 62% da elite.

O Diap classificou os parlamentares em cinco categorias, de acordo com as habilidades, dando destaque à característica principal de cada operador do processo legislativo. As categorias são: a) debatedores; b) articuladores e organizadores; c) formuladores; d) negociadores; e) formadores de opinião. As classificações não são excludentes.

Em apenas cinco meses de atuação nesta legislatura, uma bancada se destacou: a dos novatos. Dos cabeças, 23 estão no primeiro mandato. É um número inédito, já que a experiência era o principal critério para ser escolhido integrante da elite parlamentar. Destes, 16 são senadores e sete deputados.

A maior parte dos calouros influentes está no Senado com 16. Em geral, os senadores são políticos com experiência no Executivo federal e estadual, nas assembléias legislativas, no Judiciário e na iniciativa privada.

Entre os oito novatos com maior influência, quatro são deputados governistas – Ciro Gomes (PSB-CE), Cândido Vaccarezza (PT-SP), Flávio Dino, Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) — e um quinto é senador da base aliada, apesar de ter atuação independente – Renato Casagrande (PSB-ES).

Dos três oposicionistas integrantes dessa lista de oito nomes, dois estão no Senado – Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) e Kátia Abreu (DEM-TO) — e um na Câmara — Paulo Renato de Souza (PSDB-SP). “As várias crises políticas que atingiram o Legislativo provocaram uma renovação também na elite do Congresso”, analisa o diretor técnico do Diap, Antônio Augusto de Queiroz.

Bancada de elite da comunidade jurídica

Senado

Jefferson Peres (PDT-AM)

Demóstenes Torres (DEM-GO) – promotor de Justiça

Jarbas Vasconcellos (PMDB-PE)

Marco Maciel (DEM-PE)

Pedro Simon (PMDB-RS)

Câmara

Antonio Carlos Magalhães Neto (DEM-BA)

Jutahy Júnior (PSDB-BA)

Sérgio Barradas Carneiro (PT-BA)

Ciro Gomes (PSB-CE)

Gustavo Fruet (PSDB-PR)

Osmar Serraglio (PMDB-PR)

Flávio Dino (PCdoB-MA) – ex-juiz federal

Maurício Rands (PT-PE)

Roberto Magalhães (DEM-PE)

Beto Albuquerque (PSB-RS)

Mendes Ribeiro Filho (PMDB-RS)

Paulo Bornhausen (DEM-SC)

José Eduardo Cardozo (PT-SP)

Regis de Oliveira (PSC-SP)

Michel Temer (PMDB-SP)

Márcio França (PSB-SP)

Carlos Sampaio (PSDB-SP) – promotor de justiça

Leia a lista completa dos 100 mais influentes no site do Diap

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