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TV do Japão é condenada por omitir fatos sobre escravidão sexual

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30 de janeiro de 2007, 11h14

Uma corte japonesa decidiu que a TV pública do Japão e duas produtoras devem indenizar uma ONG de defesa de mulheres por terem alterado o conteúdo de um programa que contava a história de escravidão sexual de mulheres, na Segunda Guerra Mundial. Políticos japoneses fizeram pressão para que o conteúdo histórico do programa fosse adulterado. As informações são do site Findlaw.

A corte deu ganho de causa à ONG Vaww-net contra a TV NHK, reconhecendo que o conteúdo da TV pública fora alterado. Supostamente, a pedido do primeiro-ministro Shinzo Abe, que na época dos fatos era chefe do gabinete do governo japonês e braço direito do peso pesado da política japonesa Shoichi Nakagawa. O valor a ser pago à ONG é US$ 16,4 mil.

No julgamento foi dito que o imperador Hirohito era o responsável pelo envio de 200 mil mulheres para trabalharem em bordéis entre 1930 e 1940. O governo japonês jamais reparou as famílias dessas escravas sexuais. O programa de TV omitiu fatos como aquele que apontava o imperador Hirohito como o culpado.

Abe e Nakagawa teriam reclamado do conteúdo do programa e reclamado à NHK, pedindo a alteração. Mesmo após a condenação, a emissora pública nega os fatos. Ela distribuiu nota em que afirma: “essa decisão é extremamente injusta e contra ela vamos ajuizar recurso”.

O juiz Toshifumi Minami disse que não há evidência clara de que tenha havido interferência política direta, mas admite que a TV pública japonesa fez mal uso e desistiu do controle editorial do programa. A ONG buscava inicialmente uma indenização de US$ 165 mil.

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