Liberdade provisória

Advogada presa por porte ilegal de arma consegue liberdade

Autor

30 de janeiro de 2007, 8h59

A advogada Iracema Vasciaveo, que atua em parte dos 144 presídios paulistas, recebeu na segunda-feira (29/1) o benefício da liberdade provisória. O despacho foi assinado pelo juiz auxiliar do Departamento de Inquérito Policiais da Capital (Dipo), Vinícius de Toledo Piza Peluso.

O juiz estabeleceu que enquanto gozar da liberdade provisória a advogada terá de comparecer a todos os atos da instrução processual.

Iracema foi presa por porte ilegal de arma durante uma operação da Polícia Civil batizada de “Nova Ordem”. Ela estava no 89º Distrito Policial. A advogada é diretora jurídica da ONG Nova Ordem. A entidade diz que desenvolve atividades de recuperação de presos.

A Polícia afirmou que Iracema estava de posse de um revólver sem documentação e com registro de furto. Na semana passada, policiais da Delegacia de Roubo a Bancos do Deic (Departamento de Investigações sobre Crime Organizado) prenderam quatro líderes da ONG. Eles são acusados de envolvimento com o PCC (Primeiro Comando da Capital). Entre os presos estava a advogada.

As investigações apontaram a ligação dos presos com o seqüestro do repórter Guilherme de Azevedo Portanova e do auxiliar-técnico Alexandre Coelho Calado, ambos da TV Globo, entre os dias 12 e 14 de agosto do ano passado.

As equipes cumpriram 12 mandados de busca e apreensão em São Paulo e em Santos (litoral paulista). Foram detidos, além da advogada, o presidente da ONG, Ivan Raymundi Barbosa, e os diretores Anderson Luis de Jesus e Simone Barbaresco.

Iracema presta assistência jurídica a presidiários e era investigada pelo Ministério Público e pela Polícia. Ela era a porta-voz dos presos do CRP (Centro de Readaptação Penitenciária) de Presidente Bernardes (589 km de São Paulo), que realizaram greve de fome em novembro de 2006. Entre os detentos em greve estava Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, apontado como o chefe do PCC.

Em maio, após uma reunião de Irecema com Marcola, os ataques do PCC às forças policiais do Estado foram suspensos. No segundo semestre, líderes da ONG afirmaram que a nova onda de ataques era uma represália contra a tortura, os maus-tratos a parentes e às condições dos presídios.

O advogado Ademar Gomes faz a defesa de Iracema Vasciaveo.

Autores

Tags:

Encontrou um erro? Avise nossa equipe!