Chacina de Unaí

População protesta contra impunidade por mortes em Unaí

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28 de janeiro de 2007, 16h26

A cidade de Unaí, em Minas Gerais, assistiu neste domingo (28/1) uma manifestação com mais de 200 pessoas contra a impunidade dos nove acusados de envolvimento na chacina que matou os auditores fiscais João Batista Soares Lage, Eratóstenes de Almeida Gonçalves, Nelson José da Silva, e o motorista Aílton Pereira de Oliveira há três anos. As informações são da Agência Brasil.

Eles foram vítimas de uma emboscada durante uma fiscalização de rotina contra o trabalho escravo. Os auditores foram averiguar denúncias de exploração de mão-de-obra em fazendas de plantação de feijão em Unaí. O caso ganhou repercussão nacional e internacional.

A mulher do motorista assassinado, Elba Soares, cobrou justiça e disse em tom emocionado que não vai parar de lutar “enquanto os envolvidos na chacina não forem condenados”. Cinco ônibus vieram de outras cidades para o protesto: dois de Belo Horizonte, um de Paracatu (MG), um de Goiânia e um de Brasília.

A presidente do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho (Sinait), Rosa Maria Campos Jorge, também cobrou reação da Justiça e manifestou revolta com a impunidade no país e com a falta de segurança no trabalho dos auditores fiscais.

“Queremos julgamento já. Não importa a pena aplicada, mas que seja aplicada alguma pena. Sem segurança, os nossos auditores fiscais não conseguem trabalhar e combater o trabalho escravo na zona rural”.

Familiares, amigos, auditores fiscais e trabalhadores cobram agilidade no julgamento dos acusados e exigem a punição dos culpados. Já se passaram mais de dois anos desde que a sentença da Justiça Federal, que decidiu levar a júri popular os acusados da chacina. De todos, somente o acusado Antério Mânica, atual prefeito de Unaí, tem direito a foro privilegiado.

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