Herança peronista

Justiça espanhola prepara novo pedido de prisão a Isabela Perón

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28 de janeiro de 2007, 16h02

Um Juizado de Instrução de Madri, da Corte Nacional Espanhola, informou na sexta-feira (26/1) à ex-presidente da Argentina, Isabela Perón, que um novo pedido de prisão está sendo confeccionado contra ela. Desta vez, sob acusação de omissão contra um esquadrão da morte de extrema direita, que teria agido sob sua tutela, entre 1974 e 1976. As informações são do site Findlaw.

A ex-presidente da Argentina já havia sido presa em Madri no dia 12 de janeiro passado a pedido de um juiz argentino, que investiga o desparecimento de um membro do Partido Peronista, em fevereiro de 1976. Porém, foi libertada após três horas, depois de ter se comprometido a comparecer à corte a cada duas semanas.

O juiz de instrução Juan del Olmo a informou, na sexta-feira, que o novo pedido de prisão se refere à investigação do seqüestro e morte de pessoas supostamente praticados pela Aliança Argentina Anti-Comunista (AAA), um grupo paramilitar também conhecido como “Triplo A”.

Isabela Perón, cujo verdadeiro é Maria Estela Martinez de Perón, comandou um governo de 20 meses após seu marido, general Juan Domingo Perón, ter morrido em seu gabinete, em seu terceiro mandato, em julho de 1974. Ela era a vice-presidente e foi retirada do poder pelo golpe de estado de 1976, que levou ao poder uma junta milita que comandou o país a ferro e a fogo por sete anos. Nesse interregno, ocorreram 13 mil mortes e desaparecimentos atribuídos aos militares. Grupos de direitos humanos elevam esse número a 30 mil casos.

Maria Estela Martinez de Perón se exilou na Espanha em 1981, após ter sido libertada pelos militares. Diz-se que a “guerra suja” contra as esquerdas começou em outubro de 1975. A organização ora sob investigação, a Triplo A, é acusada de 1,5 mil mortes entre 1974 e 1976.

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