Corpo vendido

MP da Índia investiga comércio ilegal de órgãos

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18 de janeiro de 2007, 11h47

O Ministério Público de Chennai, no sul da Índia, abriu inquérito para investigar doações ilegais de rins. Os supostos doadores são sobreviventes carentes da tragédia do Tsunami. Segundo o site Findlaw, os rins estão sendo vendidos sobretudo no estado de Tamil Nadu, o mais atingido pelo tsunami de 2004.

Uma ONG reportou ao MP que no vilarejo de Ernavur pelo menos 150 mulheres teriam vendido os seus rins, e que algumas após terem doado o órgão não receberam o dinheiro prometido.

“Montamos uma equipe especial só para investigar isso”, disse Letika Saran, chefe de polícia local. P. Vijay Lakshimi, chefe de um comitê oficial de transplantes, disse que “a cada mês entre 60 e 70 rins são transplantados ilegalmente em Tamil Nadu”.

O preço pago por um rim é de 100 mil rúpias, equivalente a US$ 2,2 mil. Mas alguns têm vendido o órgão pela metade do preço. Uma doadora, que se identificou apenas como Muthamma, de 35 anos de idade, conta que “eles me pediram para passar como se fosse a tia de um garoto de 15 anos de idade esperando por uma doação. Me pagaram US$ 562 pelo rim, e fiquei 10 dias internada no hospital à espera do transplante”.

Com uma população de 1,1 bilhão de habitantes, a Índia enfrenta graves problemas sociais. Calcula-se que 400 milhões de indianos sobrevivem com uma renda de menos de US$ 1 por dia.

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