Foram enforcados

Governo confirma execução de colaboradores de Saddam

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15 de janeiro de 2007, 13h01

O meio-irmão de Saddam Hussein, Barzan Ibrahim, e o ex-diretor da Corte Revolucionária do Iraque, Awad Hamed al-Bandar, foram enforcados em Bagdá na madrugada desta segunda-feira (15/1). O enforcamento aconteceu pouco mais de duas semanas após a polêmica execução do ex-ditador, que causou reações pelo mundo todo.

Ao confirmar a informação, o porta-voz do governo iraquiano, Ali al-Dabbagh, explicou que, no momento da execução, a cabeça de Ibrahim foi totalmente separada do corpo. De acordo com ele, esse é um incidente que raramente ocorre. A informação é do portal Estadão e agências internacionais.

A execução dos colaboradores de Saddam aconteceu às 3 horas (22 horas de domingo em Brasília). Assim como o ex-ditador, ambos foram condenados pelo massacre de 148 xiitas, durante uma investigação sobre uma tentativa de assassinato contra o ex-líder no povoado de Dujail, ao norte de Bagdá.

Segundo al-Dabbagh, estavam presentes na execução apenas um juiz, um fiscal e um médico. Foi pedido a eles que “respeitassem as regras da aplicação da pena e a disciplina”. O porta-voz informou que todos se comprometeram a não violar a lei e que, por esse motivo, a execução foi consumada “sem insultos aos condenados”.

Durante a execução de Saddam, imagens gravadas e divulgadas clandestinamente, por meio de um telefone celular, mostravam o ex-ditador sendo insultado por alguns dos presentes pouco antes de morrer.

O enforcamento de Ibrahim e al-Bandar aconteceu mesmo depois de a comunidade internacional ter pedido a anulação ou o adiamento da aplicação da pena. Na semana passada, o presidente iraquiano, Jalal Talabani — que está fora do Iraque, em visita oficial a Damasco —, havia considerado a possibilidade de postergar as execuções.

Al-Dabbagh disse que os familiares dos executados serão informados em breve para que possam retirar os corpos de Ibrahim e al-Bandar do local em que ambos foram enforcados.

Protesto

O meio-irmão de Saddam protestou momentos antes de ser enforcado. De acordo com o procurador-geral, Jaafar al-Musawi, Ibrahim teria dito que não teve chances de se defender das acusações.

Em entrevista à rádio iraquiana Al Ahd, al-Musawi disse que, antes da execução, Ibrahim alegou também que não deixou nenhum testamento. “Não tenho nada que legar a meus herdeiros”, afirmou o meio-irmão do ex-ditador iraquiano.

O procurador-geral disse ainda que ficou surpreso ao ver que a cabeça de Ibrahim se desprendeu completamente do corpo no momento do enforcamento e afirmou que solicitou aos responsáveis que investiguem o ocorrido.

Histórico

O ex-ditador iraquiano, Saddam Hussein, e sete colaboradores de seu regime foram condenados por crimes de guerra cometidos em 1982, no povoado de Dujail, ao norte de Bagdá. Confira abaixo os detalhes das condenações:

Saddam Hussein — o ex-ditador iraquiano foi condenado à morte por assassinato e executado no dia 30 de dezembro de 2006. Saddam também foi considerado culpado por forçar deportações e torturar pessoas.

Barzan Ibrahim — o meio-irmão de Saddam e ex-chefe do Serviço de Inteligência do Iraque também foi condenado à forca por assassinato, tendo sido executado no dia 15 de janeiro. Ibrahim foi considerado culpado ainda pelos crimes de tortura e deportação forçada.

Awad Hamed al-Bandar — o ex-diretor da Corte Revolucionária do Iraque foi condenado à morte por assassinato e enforcado junto com o meio-irmão de Saddam, no dia 15 de janeiro.

Taha Yassin Ramadan — o ex-vice-presidente do Iraque foi condenado à prisão perpétua por assassinato. Ramadan recebeu ainda condenações pelos crimes de deportação forçada, tortura e atos desumanos.

Abdullah Kazim Ruwayyid, Mizhar Abdullah Ruwayyid e Ali Dayih Ali — os três ex-integrantes do partido Baath foram condenados a 15 anos de prisão pelos crimes de assassinato e tortura.

Mohammed Azawi Ali — o ex-integrante do partido Baath foi inocentado de todas as acusações.

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