Morte por encomenda

Comissão do CNMP investiga plano de assassinato no Amazonas

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15 de janeiro de 2007, 14h01

Os procuradores Hugo Cavalcanti e Janice Ascari vão representar o Conselho Nacional do Ministério Público na visita marcada à Procuradoria-Geral de Justiça do Amazonas. Os conselheiros vão averiguar o processo de escolha do novo procurador-geral de Justiça do MP do estado.

O procurador-geral de Justiça licenciado do Amazonas, Vicente Cruz de Oliveira, ficou detido na sede MP estadual entre os dias 9 e 11 de janeiro, acusado de contratar um pistoleiro para matar o procurador Mauro Campbel Marques, que concorre com ele ao cargo de procurador-geral de Justiça.

A chegada da comissão do CNMP a Manaus estava inicialmente prevista para a tarde desta segunda, mas devido a dificuldades nos vôos, os conselheiros só começarão os trabalhos a partir desta terça-feira (16/1).

Na última sexta-feira (12/1), o procurador de Justiça do Amazonas Mauro Campbell Marques, entrou com processo no CNMP contra o procurador-geral de Justiça licenciado Vicente Cruz de Oliveira. O pedido é de afastamento.

Cruz está sendo investigado pelo MP-AM da acusação de ter contratado um pistoleiro para matar Campbell. Também nesta sexta, a Polícia Civil do Amazonas prendeu o homem suspeito de ter sido contratado para assassinar o procurador.

Conhecido como Carioca, o suposto pistoleiro tinha em seu poder um comprovante de depósito bancário no valor de R$ 22 mil. Segundo o que a Polícia já apurou do caso, Carioca foi contratado por Vicente Cruz através de um intermediário para matar Campbell. Antes de executar o serviço, pelo qual recebeu cerca de R$ 20 mil, Carioca se envolveu em um assalto em Manaus e fugiu da cidade.

Vicente Cruz chegou a ser preso na noite de terça-feira (9/1) e ficou detido em seu gabinete no prédio do MP-AM. Na quinta-feira, um Habeas Corpus, dado pelo desembargador Domingos José Chalube, devolveu-lhe a a liberdade. O desembargador acatou a alegação da defesa de que o procurador tem bons antecedentes e endereço fixo em Manaus.

Mesmo enquanto esteve preso, Vicente Cruz, que está licenciado do cargo de procurador-geral, continuou no exercício do cargo e das funções de procurador.

Enquanto Vicente Cruz recupera seu direito de ir e vir, Mauro Campbell está em uma espécie de prisão domiciliar. Por precaução ele solicitou proteção policial e praticamente não sai mais de casa. Ele não ousa comparecer em seu próprio gabinete de trabalho no MP-AM, que é contíguo ao gabinete onde Vicente Cruz era mantido sob custódia.

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