Debate polêmico

Senador colombiano defende debate sobre legalização de drogas

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2 de janeiro de 2007, 10h42

O senador colombiano Juan Manuel Galan, filho de um candidato presidencial assassinado pelo ex-barão da cocaína, Pablo Escobar, começou a conclamar a comunidade jurídica do país para um debate polêmico: a legalização das drogas. Ciente de que os Estados Unidos repelem com virulência as propostas de legalização, Galan avalia que “a Colômbia tem a autoridade moral para liderar esse debate na arena internacional”.

“O corrente sistema repressivo contra o tráfico de drogas não está funcionando, a despeito das gigantes quantidades de sangue que os colombianos têm derramado”, disse o senador do Partido Liberal, ora na oposição. “É hora de olhar para opções diferentes, junto de outras nações produtoras da droga, como maneira de brecar os traficantes”, afirmou Galan, em Bogotá. As informações são do site Findlaw .

Os Estados Unidos despejaram na Colômbia, desde 2000, cerca de US$ 4 bilhões em ajuda militar, mais do que em qualquer país do Oriente Médio, na tentativa de barrar o tráfico de cocaína.

O peso dado à campanha pela legalização agora é outro diante da alta estima que os colombianos têm na família Galan. O pai do senador, Luis Carlos Galan, foi assassinado na campanha de 1990 à presidência da República. Ele foi assassinado por ter deflagrado, à época, campanha para que se extraditasse Pablo Escobar para os Estados Unidos. Escobar foi assassinado pela Polícia, em 1993.

Perguntado sobre o que seu pai acharia de sua proposta de legalização, o senador Galan disse que “após duas décadas vendo o violento impacto do tráfico de drogas, ele não veria outra saída além dessa, na tentativa de combater os traficantes”.

Apesar de ter erradicado 355 mil acres de plantações de coca em 2005, os Estados Unidos apuraram que mais 26% de terras colombianas entraram nas áreas de cultivo da coca. “Duas décadas de Guerra contra o narcotráfico e continuamos tendo máfias espalhando violência pelo país. Continuamos tendo guerrilhas e paramilitares”, avaliou Galan. “E ainda não há uma real solução para o debate”, acrescentou.

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