Fogo amigo

Empresa que fez míssil é acionada por morte de militar nos EUA

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8 de fevereiro de 2007, 14h33

Famosa no Brasil por ter vendido ao país o sistema de radares Sivam (Sistema Integrado de Vigilância da Amazônia), a empresa norte-americana Raytheon Co. é alvo de um processo movido pela viúva de um piloto da Marinha dos Estados Unidos. Ele morreu após seu avião ter sido atingido por um míssil Patriot, de defesa, durante a operação de invasão do Iraque. As informações são do site Findlaw.

A ação foi ajuizada, na quarta-feira (8/2), numa corte federal de Boston. A viúva alega que a empresa foi “negligente no desenho do sistema do míssil”. De acordo com a ação, o Patriot tem disfunções e identifica aviões dos Estados Unidos como alvos inimigos.

A viúva de Nathan White, Akiko Ohata White, move o processo juntamente com os filhos. Não há menções ao Exército americano, que usa o Patriot. Isso porque militares são imunes, nos Estados Unidos, a ações movidas por colegas de trabalho ou familiares. Em 1988, a Suprema Corte decidiu que empresas contratadas pelo governo americano são imunes a ações “desde que sigam a risca as especificações gerais dos contratos”.

Mesmo assim o advogado da família acionou a Raytheon com base em documentos e laudos gerados por militares dos Estados Unidos, que atestariam o mau funcionamento recorrente do míssil.

Houve outros incidentes de “fogo amigo” envolvendo o Patriot. O tenente Nathan White foi morto a 2 de abril de 2003, quando retornava ao porta-aviões, vindo de uma missão. Dois pilotos ingleses também morreram vítimas do míssil.

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