Milagre do crescimento

Com recorde de investimentos, sociedades superam metas

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5 de dezembro de 2007, 18h28

No ano em que o Brasil comemora a entrada de US$ 33,4 bilhões em investimento estrangeiro direto, valor que não foi alcançado nem na época das privatizações, a alegria dos especialistas em Direito Empresarial ultrapassa até a do presidente Lula. Não há quem reclame do ano de 2007. Influenciadas principalmente pelo crescente volume de fusões e aquisições, as sociedades de advogados atingiram as suas metas e, mais, cresceram.

Em 2006, a economia do país já dava sinais de estabilidade. Desde lá os advogados começaram os preparativos para o iminente boom de investimentos estrangeiros e de demanda. No geral, a área societária dos escritórios foi a que recebeu mais atenção. E não foi em vão.

Neste ano, o controle da inflação, a estabilidade da moeda, a queda dos juros e o grande fluxo de capitais só trouxeram benefícios para a advocacia empresarial. Essa é a opinião de Antonio Corrêa Meyer, presidente do Cesa (Centro de Estudos das Sociedades de Advogados). “O país vai bem, obrigado. O momento é favorável ao desenvolvimento econômico, o que gera grande demanda de serviços jurídicos.”

Para José Diogo Bastos Neto, “os escritórios grandes e pequenos puderam aproveitar o avanço do país em 2007”. O sócio do escritório Chiaparini e Bastos Advogados chama a atenção para o preparo e a competência dos brasileiros no atendimento a demandas societárias. Segundo o advogado, a questão dos direitos dos acionistas minoritários tem se apresentado de uma maneira bem forte. “Muitas vezes, o lançamento de ações da empresa é feito em desrespeito aos minoritários”, conta.

O sócio do Demarest & Almeida Advogados, Rogério Cruz Themudo Lessa, declarou que 2007 foi um ano “excepcionalmente” bom para a banca. As fusões e aquisições tiveram destaque e representam um número expressivo em quantidade e volume, de acordo com o advogado, que não deu valores exatos.

Segundo Lessa, todas as áreas de atuação se mantiveram estáveis e não faltou trabalho para nenhum de seus advogados. “Estamos felizes e realizados.”

Para 2008, enxerga boas oportunidade. Lessa teme uma possível volatilidade da economia no começo do ano, por não saber como os Estados Unidos vão reagir diante da recente crise no mercado imobiliário. Para mais ou para menos, os negócios devem estar aquecidos.

Carlos José Santos da Silva, sócio do Machado Meyer Sendacz Opice Advogados, diz que depois dos bons ventos deste ano, é preciso parar e pensar em estratégias para manter o bom ritmo de trabalho. Acredita que tudo correrá bem e será melhor se houver um bom planejamento da estrutura e dos fundamentos dos negócios. Sobre as expectativas para o próximo ano, o presidente do Cesa, Antonio Corrêa Meyer, é categórico: “2008 será muito melhor que 2007. Só pior que 2009”.

O advogado Gustavo Fausto Miele conta que o seu escritório, Branco, Miele & Associados, cresceu de 15% a 20% em 2007. A banca tem vinte advogados e sete sócios, e fica na cidade gaúcha de Caxias do Sul. Segundo ele, muitas das áreas de atendimento se solidificaram neste ano. Eles implementaram a área de consultoria e o número de clientes aumentou de forma significativa.

A banca fica em uma região do país que é pólo metal-mecânico. O impulso no crescimento da região neste ano foi a indústria automobilística, de acordo com o advogado. Muitas empresas que têm importância na parte estratégica de outras empresas se encontram em Caxias do Sul, o que aumentou o número de transferências de controle societário. Carro-chefe do escritório em 2007.

Todos os advogados ouvidos pela Consultor Jurídico participaram da festa de final de ano do Cesa, que aconteceu na terça-feira (4/12), no Jóquei Clube, em São Paulo.

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