Os estudantes da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, no Largo São Francisco, decidiram na tarde desta sexta-feira (31/8), destituir Ricardo Leite Ribeiro, vulgo Sapeca, do cargo de presidente do Centro Acadêmico XI de Agosto, o mais tradicional do país.
Ribeiro, no entanto, afirma que a decisão não tem valor, já que teria havido irregularidades na assembléia que adotou a medida. Ele denuncia a suposta destituição como um ato “político”. A informação é da Agência Estado.
O impeachment deu-se nove dias após a manifestação do movimento Jornada Nacional de Lutas pela Educação, que ocupou o pátio da faculdade e foi expulso pela polícia durante a madrugada.
Em assembléia realizada em dois turnos, entre quinta-feira à noite e esta sexta, 525 alunos votaram a favor do afastamento e 171 contra. O motivo da revolta foi o fato de Sapeca não ter consultado os alunos antes de ceder o espaço e organizar o ato em conjunto com movimentos sociais como MST, UNE e Educafro.
O protesto do dia 23 de agosto foi o estopim de uma crise política interna que viviam os estudantes da São Francisco. Facções de oposição à Frente de Esquerda, que hoje comanda o CA, aproveitaram a repercussão negativa da invasão e se organizaram para diminuir o poder dos governistas. As eleições do centro acadêmico serão realizadas daqui a um mês e meio.
Segundo Renato Galleotti Santana, do grupo Escória, a presidência do centro acadêmico teve postura autoritária no episódio. “Por isso convocamos assembléia geral de alunos.”
Segundo o estatuto do XI de Agosto, os votos têm validade se vierem de pelo menos 20% dos membros. Os organizadores da assembléia afirmam que 30% votaram.