Vôo 3054

TAM paga R$ 2,7 milhões em adiantamento das indenizações

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29 de agosto de 2007, 15h26

A companhia aérea TAM pagou R$ 2,7 milhões de adiantamento das indenizações a famílias de vítimas do acidente com o vôo JJ 3054, ocorrido em 17 de julho. A empresa apresentou um documento que detalha os gastos durante reunião promovida na terça-feira (28/8) na Secretaria de Estado da Justiça, no Centro de São Paulo.

A empresa ofereceu R$ 30 mil de adiantamento aos familiares das vítimas do acidente. De acordo com o balanço da TAM, 91 delas aceitaram o dinheiro. Em relação ao pagamento do seguro Reta, obrigatório em casos de acidente aéreo, 48 famílias já receberam os R$ 14.833,23 que têm direito. A informação é do portal de notícias G1.

De acordo com a reportagem, o seguro obrigatório precisa ser pago independentemente das indenizações. Alguns familiares estavam inseguros com os textos dos recibos de pagamento apresentados pela seguradora. Eles temiam que, ao assinar o documento, abrissem mão de algum direito. Por causa disso, Procon e Defensoria Pública apresentaram durante o encontro um modelo de recibo padrão com informações mais claras.

O vice-presidente financeiro e de gestão da companhia, Líbano Miranda Barroso, informou que a TAM pretende fechar esta semana os dois primeiros acordos de indenização com os familiares. Apesar de prever o avanço em até duas negociações, Barroso não deu detalhes sobre os acertos. Os acordos são fechados caso a caso nos escritórios da seguradora em São Paulo e Porto Alegre.

Outro dado que consta no detalhamento é o gasto de R$ 1,5 milhão com 195 funerais. Entre os serviços inclusos estão traslado terrestre, flores, embalsamento e jazigo. A TAM também diz ter gasto cerca de R$ 3,6 milhões em hotéis e táxi. Foram emitidas 2.055 passagens a familiares e concedidos 151 planos de saúde válidos durante um período de dois anos.

O principal ponto de divergência entre familiares e empresa é o plano de saúde. A empresa oferece cobertura durante 24 meses a pais, mães, filhos, cônjuges e irmãos. Os familiares exigem assistência vitalícia. “Existem as preocupações básicas como assistência médica e psicológica. As pessoas não estão agüentando essa dor”, afirmou Archelau Xavier, que perdeu a filha Paula Xavier, de 24 anos, no acidente.

Por causa de alguns pontos ainda em discussão, os familiares apresentaram à empresa um termo de compromisso em que constam 26 pontos com exigências. “Esperamos que, nos próximos dias, a companhia nos devolva o termo acatando as reivindicações”, afirmou o defensor público Renato Campos Pinto De Vitto, que acompanhou a reunião.

A companhia considera que os benefícios oferecidos aos familiares das vítimas já estão além das obrigações. “Nós mostramos (na reunião) que a TAM vem atendendo aos familiares inclusive excedendo todas as obrigações internacionais”, afirmou Barroso. O defensor público preferiu não polemizar. “Nós não estamos avaliando o mérito.”, disse.

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