Hurricane 4

Polícia Federal volta a prender bicheiros no Rio de Janeiro

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29 de agosto de 2007, 13h45

A Polícia Federal do Rio de Janeiro prendeu, na manhã desta quarta-feira (29/8), três pessoas que já haviam sido detidas na Operação Hurricane 1. Nesta manhã, agentes da PF desencadearam a Hurricane 4 e cumpriram mandados de prisão contra Aniz Abrahão David, conhecido como Anísio e presidente de honra da Beija-Flor; Antonio Petrus Kalil, conhecido como Turcão; e Ailton Guimarães Jorge, o Capitão Guimarães.

Eles foram detidos no dia 13 de abril, acusados de lavagem de dinheiro, e são considerados chefes da organização criminosa.

Nesta quarta, agentes cumprem 15 mandados de prisão preventiva, decorrentes da análise do material apreendido na Operação Hurricane 1, quando foram constatados indícios de lavagem de dinheiro. De acordo com informações da PF, após nova denúncia e conseqüente processo, o juiz da 6ª Vara Criminal Federal expediu os mandados, dos quais 12 foram cumpridos nesta manhã.

Dentre os denunciados estão Jose Renato Granado Ferreira, ex-presidente da Associação de Bingos; Júlio César Guimarães Sobreira, sobrinho do Capitão Guimarães; Paulo Roberto Ferreira Lino, presidente da Associação de Bingos; Marcos Antonio dos Santos Bretas, policial civil que trabalha para Júlio César; Macelo Calil Petrus, filho de Turcão que assumiu os negócios do pai.

Completam a lista de procurados Nagib Teixeira Suaid e João Oliveira de Farias, donos de bingos e apontados como contadores dos bicheiros; Luciano Andrade do Nascimento, o “Bola”, auxiliar direto de Julio César, que guardava contabilidade; Belmiro Martins Ferreira, Laurentino Freire dos Santos e Licínio Soares Bastos, donos de bingos ou de empresas de máquinas de caça-níqueis; e Marcos Antonio Machado Romeiro, auxiliar de Marcos Bretas.

A nova denúncia tem relação com os mais de R$ 5 milhões descobertos no escritório mantido por Julio César na Rua Conde de Bonfim, na Barra da Tijuca, na zona norte do Rio, que era chamado pelos envolvidos de “Preta”.

Para os três procuradores da República à frente do caso, trata-se de dinheiro de origem ilícita — vindo da exploração dos jogos — que está sendo “reintroduzido” no mercado (lavado) através de pagamentos que seriam feitos pelo grupo comandado pelos três bicheiros.

Os bicheiros Anízio e capitão Guimarães foram soltos no dia 1º de agosto, após uma decisão do Superior Tribunal de Justiça, que concedeu liminar a pedido do advogado Nélio Machado, que defende Guimarães. Na semana anterior, Turcão foi libertado também por decisão do STJ.

No início de julho, o ministro Marco Aurélio, do Supremo Tribunal Federal concedeu Habeas Corpus para 20 pessoas presas na primeira fase da operação, entre elas o advogado Virgílio Medina, irmão do ministro afastado do STJ Paulo Medina. Mas os bicheiros permaneceram presos por conta de outro mandado, emitido na segunda etapa da Hurricane.

Na Operação Hurricane 3, a Justiça decretou a prisão de 13 das 15 pessoas denunciadas por corrupção ou formação de quadrilha. Os principais investigados eram policiais civis, militares e federais que recebiam mesadas de donos de bingos. No dia 4 de julho, foram presos o ex-deputado federal por São Paulo José Ferreira do Nascimento, o Zé Índio, e um delegado federal.

Com informações da Agência Estado.

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