Fim da linha

Secretário de Justiça dos Estados Unidos renuncia ao cargo

Autor

27 de agosto de 2007, 13h15

O secretário de Justiça dos Estados Unidos, Alberto Gonzales, apresentou nesta segunda-feira (27/8) carta de renúncia. O pedido foi aceito pelo presidente americano George W. Bush. As informações são do site do jornal The New York Times.

A carreira de Gonzales no governo Bush começou a naufragar há cinco meses: em março passado a rede ABC News divulgou uma lista de e-mails trocados entre membros do governo dos EUA. Na lista, fica evidente a intenção de Karl Rove, estrategista do presidente Bush, de demitir pelo menos 100 procuradores federais.

Gonzales teria concordado com a idéia da demissão como pré-condição para que assumisse seu posto. Na época, ele era procurador-geral da República.

Uma ordem escrita revela agora que, em março de 2006, Gonzales ordenou ao seu chefe de gabinete, Kyle Sampson, e à conselheira Monica Goodling, a demissão de 135 pessoas tidas como inimigas políticas da administração George W. Bush. A demissão dos procuradores começou em dezembro de 2006. O documento é intitulado “ordem interna”.

Segundo o senador Patrick Leary, presidente do Comitê de Justiça do Senado americano, “o documento prova a tentativa de se injetar influência política na contratação de funcionários que dariam decisões cruciais na Justiça dos EUA”.

O substituto de Gonzales será o procurador-geral Paul Clement, que deve assumir o cargo temporariamente até que se escolha um sucessor. O Departamento de Justiça anunciou coletiva de imprensa sobre a renúncia.

Gonzales é o quarto alto funcionário do governo a deixar o cargo desde novembro de 2006. A marca que Gonzales deixa no governo é a de linha dura: autorizou permissão para o uso de escutas telefônicas, sem ordem judicial e desde que emanada da Presidência, criou tribunais militares e limitou os direitos legais dos detentos de Guantanamo.

Autores

Tags:

Encontrou um erro? Avise nossa equipe!