Base de Guantánamo

Entidade proíbe psicólogos em interrogatórios em Guantánamo

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21 de agosto de 2007, 15h06

A Associação Psicológica Americana, maior entidade de classe da psicanálise dos Estados Unidos, anunciou na segunda-feira (20/8) uma regra que promete chacoalhar os tribunais do país. Psicanalistas e psicólogos norte-americanos estão proibidos de participar, como assistentes de interrogação, de toda e qualquer sessão feita em centro de detenção militar dos Estados Unidos, incluindo da Base Naval de Guantánamo, em Cuba. As informações são do site Findlaw.

A moção aprovada pela entidade considera que serão banidos de seus quadros os psicólogos, terapeutas e psicanalistas que, de agora em diante, participarem de “interrogatórios em prisões militares em que os detentos são privados da proteção adequada de seus direitos da pessoa humana”. A moção recebeu a ampla maioria de votos dos 148 mil associados da entidade.

Larry James, coronel do Exército dos Estados Unidos, que serviu como psicólogo na Base Naval de Guantánamo, avalia que “se removermos os terapeutas dessas bases militares os detentos simplesmente vão morrer”. Laurie Wagner, uma psicóloga do Texas, argumenta que “se psicólogos têm de estar lá dessa forma, é porque as condições ali são monstruosas”.

Documento liberado pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos revela que, desde 2002, psiquiatras e psicólogos têm ajudado militares nos interrogatórios de suspeitos de terrorismo. A função é ajudá-los a “extrair informações”.

A prisão da base naval de Guantánamo foi criada em 11 de janeiro de 2002. Para lá, foram enviados os prisioneiros capturados pelas forças dos Estados Unidos que invadiram o Afeganistão logo após os atentados contra as torres gêmeas de Nova York, em 11 de setembro de 2001. Hoje, há presos de 35 países diferentes, mas nenhum americano. Atualmente, há na base 14 presos acusados de serem “inimigos de combate”.

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