Em casa

Embaixador garante à OAB que lutadores cubanos estão livres

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14 de agosto de 2007, 18h24

O embaixador de Cuba no Brasil, Pedro Nuñez Mosquera, garantiu que os pugilistas Guillermo Rigondeaux e Erislandy Lara estão livres em casa e com a família. Segundo o dirigente, o governo de Raul Castro não moverá processo contra os atletas.

A garantia foi dada ao presidente da OAB, Cezar Britto, durante almoço nesta terça-feira (14/8) para tratar de uma observação que a entidade fará em um julgamento de cinco cubanos nos Estados Unidos no próximo dia 20.

Os lutadores vieram ao Brasil para participar do Pan-americano, mas deixaram a delegação durante os jogos. No começo do mês, eles foram localizados pela Polícia Federal e, logo depois, deportados para a Cuba. Quando estavam sob custódia da PF, eles não receberam os advogados enviados pela OAB do Rio de Janeiro.

O embaixador cubano informou que os atletas podem dar entrevistas sobre o assunto. “Não haveria, segundo as informações que recebi da Embaixada cubana no Brasil, restrição alguma à liberdade de expressão desses atletas”, afirmou o presidente da OAB.

Em novembro, Britto deve conversar com os atletas quando estará participando em Havana do 4º Encontro Internacional sobre a Sociedade e seus desafios frente à Corrupção.

“Ele me respondeu que, estando lá, não haveria nenhum obstáculo para o contato, até porque eles são cidadãos livres e poderiam conversar comigo quando bem entendessem”, relatou Cezar Britto. “No entanto, o governo de Cuba não intermediaria esse diálogo, pois não há interesse da parte deles nesse sentido”.

O pedido de explicações sobre a situação dos dois atletas foi decidido pelo Conselho Federal da OAB, na última terça-feira (7/8). O Conselho decidiu que a entidade deve cobrar reciprocidade no tratamento digno e de integridade física aos esportistas, uma vez que está exigindo um julgamento justo e imparcial para os cubanos presos nos Estados Unidos.

“Assim como cobramos um tratamento digno no encaminhamento do caso dos cubanos presos nos Estados Unidos, vamos cobrar do embaixador um tratamento em igualdade com esse princípio aos atletas que foram deportados para Cuba”, afirmou Britto.

Pedido de ajuda

Na segunda-feira (13/8), Cezar Britto recebeu carta de uma entidade de advogados dissidentes de Cuba pedindo que a OAB insista em obter do governo da ilha garantias à integridade dos dois pugilistas.

A carta traz o selo do “Comitê Gestor pela Liberdade de Rolando Jiménez Posada”. A entidade congrega advogados que divergem do governo de Fidel Castro. O signatário da correspondência é o advogado Luis F. Fernández, que reside em Miami (EUA).

Fernández aproveita para pedir à OAB que interceda em favor de Rolando Jiménez Posada, o advogado que dá nome ao comitê dissidente. Foi preso em abril de 2003. Acusaram-no de difundir em público mensagens contrárias ao regime. Em janeiro de 2007, condenaram-no a 12 anos de cadeia, em “julgamento conduzido a portas fechadas” e sem direito “a uma defesa minimamente adequada”.

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