Briga do Cansei

Ex-presidentes da OAB-RJ dizem que não assinaram manifesto

Autor

13 de agosto de 2007, 16h10

Os ex-presidentes da OAB do Rio de Janeiro Celestino da Silva Júnior, Celso Augusto Fontenelle e Sylvio Kelner não assinaram o manifesto contra o atual presidente da OAB fluminense, Wadih Damous, e a favor do Movimento Cansei.

Ao contrário do que foi publicado pela Consultor Jurídico no dia 9 de agosto, os três afirmaram que não fazem parte do movimento de oposição à atual administração da OAB fluminense. Assinam o manifesto apenas Oscar Argollo e Octavio Augusto Brandão Gomes. Kelner e Silva Júnior afirmaram nem conhecer o movimento.

No manifesto, tanto Argollo quanto Gomes se dizem cansados de Wadih Damous. Para eles, Damous “vive nos anos 70”, “age como se ainda estivesse da ditadura”, “faz proselitismo sobre engodo” e “mente para a classe e para a sociedade”.

O Movimento Cívico pelo Direito dos Brasileiros, vulgo Cansei, foi lançado no dia 27 de julho e tem a assinatura da OAB paulista, mas é articulado pelo apresentador João Dória Júnior, conhecido pelas boas relações com o PIB nacional, Sérgio Gordilho, presidente da agência África, e representantes da Fiesp, poderosa entidade dos barões da indústria paulista. Segundo a entidade, a intenção do grupo é “sensibilizar” os brasileiros a pararem durante um minuto, às 13 horas do dia 17 de agosto, quando o acidente com o avião da TAM completará 30 dias.

No dia 31 de julho, Wadih Damous fez declarações afirmando que “o Cansei é um movimento de fundo golpista, estreito e que só conta com a participação de setores e personalidades das classes sociais mais abastadas do estado de São Paulo”. Ele ainda disse que a OAB do Rio também cobra das autoridades investigações sobre o acidente, “no entanto, não aceita que essa tragédia seja utilizada de forma golpista das classes mais abastardas de São Paulo”.

O presidente da OAB paulista, para se defender deu entrevista coletiva na quinta-feira (2/8) e classificou como grosseira e indelicada a afirmação do dirigente da OAB do Rio. Para D’Urso, a crítica é uma tentativa do grupo fluminense de adiantar o processo interno de eleições da OAB nacional. “Um advogado não deve prejulgar”, disse D’Urso.

Wadih Damous, procurado pela revista Consultor Jurídico, afirmou que não esperava outra coisa da oposição e que não responde “a grosserias de um grupo minoritário que foi derrotado fragorosamente nas últimas eleições e repudiado pelos advogados do Rio de Janeiro”.

Tags:

Encontrou um erro? Avise nossa equipe!