De volta para casa

MPF pede abertura de inquérito para apurar fuga de atletas cubanos

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4 de agosto de 2007, 14h21

O Ministério Público Federal divulgou nota, na sexta-feira (3/8), informando a abertura de inquérito policial para investigar se houve crime contra os pugilistas cubanos Guillermo Rigondeaux e Erislandy Lara. Eles abandonaram a delegação de Cuba durante o Pan 2007, no Rio.

De acordo com o MPF, em depoimentos eles disseram que foram aliciados para ficar no Brasil. A investigação também pretende descobrir se eles sofreram privação de liberdade e se foi dado aos dois alguma substância entorpecente. As informações são do G1.

O procurador Leonardo Luiz de Figueiredo Costa, que atua no município de Niterói, na Região Metropolitana do Rio, requisitou à Polícia Federal que seja tomado o depoimento dos cubanos, das pessoas indicadas por estes como sendo intermediários ou aliciadores, bem como de qualquer pessoa que tenha estado com os cubanos nos dias que se seguiram ao desaparecimento. Costa também pediu depoimento dos responsáveis pela localização dos atletas e a realização de laudo toxicológico.

Como estão em situação ilegal, os lutadores de boxe Erislandy Lara, de 24 anos, e Guillermo Rigondeaux, de 25, estão sob liberdade vigiada.Eles eram favoritos à medalha de ouro antes de disputar as semi-finais.

O delegado federal Felício Laterça, responsável pelo caso, declarou que eles serão deportados para Cuba. “Eles estão sem documentos. Essa já é causa suficiente para serem deportados”, disse. Segundo ele, o Brasil já pediu ao governo cubano que compre as passagens de volta dos atletas e que providencie os seus passaportes. Caso Cuba não as pague a viagem de volta, o governo federal poderá comprá-las.

Os cubanos foram encontrados na quinta-feira (2/3), em Araruama, Região dos Lagos do Rio, depois de um trabalho da Inteligência da Secretaria Nacional de Segurança Pública. No depoimento à Polícia Federal em Niterói, eles contaram que deixaram a Vila Pan-americana em companhia de dois empresários: um alemão e outro cubano que prometeram levá-los para a Europa onde fariam carreira como lutadores profissionais.

Depois disso, eles disseram que ficaram incomunicáveis. Eles disseram que estão arrependidos e querem voltar pra casa. Os boxeadores recusaram a assistência de advogados que foram até a delegacia em nome dos empresários. Os advogados se negaram a ir embora e foram autuados por desacato e desobediência.

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