Guerra das pílulas

Laboratório luta na Justiça para legitimar substituto do Vioxx

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29 de abril de 2007, 13h53

Os laboratórios Merck pretendem recorrer à Justiça para provar que o sucessor do analgésico Vioxx, o Arcoxia, não oferece o risco alegado pelas autoridades dos EUA. Na sexta-feira (27/4), a agência controladora de saúde dos EUA, a Food and Drug Administration (FDA) rejeitou o Arcoxia. As informações são do site Findlaw.

Conselheiros da FDA foram contra a aprovação do Arcoxia por 20 votos contra um. O remédio é da categoria dos anti-inflamatórios chamados Cox2, que vem sendo apontados como geradores de sangramento estomacal, além de outros riscos ligados ao coração.

O Merck retirou o Vioxx do mercado em setembro de 2004, após pesquisas terem mostrado que a droga provocava infartos e derrames. Até agora, o Vioxx gerou 27 mil ações civis indenizatórias contra a Merck. Apesar do veto nos EUA, o Arcoxia é vendido ainda em 63 países, incluindo o Brasil.

Ações na Justiça

Há dois meses, os laboratórios Merck & Co. foram condenados a pagar US$ 20 milhões à família de um funcionário dos correios da cidade de Idaho. Frederick Humeston teve um ataque do coração por causa do medicamento Vioxx. No final de 2006, um juiz de Harlingen, no Texas, reduziu de US$ 32 milhões para US$ 7,75 milhões o valor da indenização que uma viúva recebeu do laboratório Merck. O marido dela morreu depois de complicações causadas pelo medicamento Vioxx.

A maior indenização pelo Vioxx ocorreu em agosto de 2006: a Merck ficou obrigada a pagar US$ 50 milhões para um ex-agente do FBI, que também sofreu um ataque do coração depois de tomar o medicamento. O júri concluiu que a companhia distorceu ou não revelou informações sobre o medicamento, o que causou o ataque.

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