Soltando o verbo

Ex-juiz diz que Conselho Nacional de Justiça é uma farsa

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20 de abril de 2007, 18h05

O Conselho Nacional de Justiça é uma farsa e o sistema policial-judiciário brasileiro não funciona. Essa é a opinião do juiz aposentado Wálter Maierovitch. Para ele, o Superior Tribunal de Justiça suicidou-se ao deixar escapar o ministro Vicente Leal, que teria “vendido liminares para soltar narcotraficantes e que recebeu como prêmio do seu tribunal o arquivamento do caso e a aposentadoria”, disse ele ao site BOL.

Maierovitch disse que não ficou surpreso com o envolvimento de desembargadores e policiais no esquema desbaratado pela Polícia Federal com a Operação Hurricane. Segundo ele, é necessária uma fiscalização eficiente dos membros do Judiciário, diferentemente da que é feita pelo Conselho Nacional de Justiça. “O CNJ é um órgão de controle interno, que tem juízes fiscalizando juízes. Isso é um absurdo, uma farsa.”

O sistema policial-judiciário também não funciona, dispara. “Sabe-se que toda organização criminosa — e apesar de chamarem o jogo de bicho de contravenção ele é muito mais do que isso — tende a ser parasita”, constata. Para ele, essas organizações usam o Estado para conseguir proteção e injetar corrupção nas instituições. As informações foram publicadas no portal Uol.

Maierovitch afirma que a Operação Hurricane veio tarde. Segundo ele, foi um passo importante e que deveria ter sido dado há muito tempo. O juiz recordou de história parecida: “ficou muito mal para a Justiça o episódio envolvendo o ministro Vicente Leal, que foi acusado de vender liminares para soltar narcotraficantes e que recebeu como prêmio do seu tribunal o arquivamento do caso e a aposentadoria”. O ex-juiz acha que o Judiciário deveria ser mais fiscalizado.

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