Entrave federal

PF reclama de condições ruins de trabalho em São Paulo

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16 de abril de 2007, 19h05

A Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) divulgou a primeira de uma série notas sobre as péssimas condições de trabalho da PF. O caso relatado como emblemático é o da Delegacia Fazendária da Superintendência Regional da Polícia Federal de São Paulo. Ela é a maior unidade em número de inquéritos policiais de todo o Departamento de Polícia Federal.

Conheça a primeira nota

Escrivães que atuam na Delegacia Fazendária da Superintendência Regional em São Paulo estão comendo o pão que o diabo amassou. A DELEFAZ é a maior unidade em número de inquéritos policiais de todo o departamento de Polícia Federal. Segundo o Sistema Nacional de Procedimento (SINPRO), somente em 2006 foram 12.551 inquéritos. Para se ter uma idéia, toda a Superintendência da PF em São Paulo movimentou no mesmo período 17.318.

Mesmo respondendo por 72% dos inquéritos de toda a SR, a delegacia possui apenas 44% dos escrivães lotados nos cartórios. Isso acarreta uma sobrecarga de trabalho que chega ao absurdo de um único policial ter sobre sua responsabilidade de 700 a 1.000 inquéritos. Com a sobrecarga, fica praticamente impossível cumprir os prazos fixados.

Mas além de conviver com pilhas e pilhas de papéis, os escrivães têm que conviver com a falta de condições de trabalho. Computadores que mais parecem máquinas de escrever, móveis sem condições de uso e ambiente insalubre são algumas das dificuldades que tornam ainda mais árduo o trabalho.

O diretor de Relações do Trabalho da Federação Nacional dos Policiais Federais, Francisco Carlos Sabino, destaca que os policiais não podem ser responsabilizados por eventuais falhas. Segundo Sabino, muitos dos problemas enfrentados pelos policiais são provocados por incapacidade de gestão dentro do próprio órgão. “Esses colegas estão sendo submetidos a condições precárias de trabalho. Nós vamos interceder junto ao superintendente regional para resolvermos esta situação”, diz o diretor.

Em Macaé, no RJ, o caso não é diferente. O diretor de relações do trabalho deve, na próxima semana, encaminhar um documento para o superintendente regional no Rio de Janeiro. No documento ele destaca as precárias condições da Delegacia da PF em Macaé. Segundo o diretor, o “casarão” foi reinaugurado há pouco tempo, mas continua com problemas graves. “O alojamento dos plantonistas é insalubre e o Cartório é minúsculo.”

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