O juiz Ernesto da Luiz Pinto Dória, do Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região (Campinas-SP), foi afastado provisoriamente de suas funções. Também foi aberto um processo administrativo disciplinar para investigar a atuação do juiz no suposto esquema de jogos ilegais. A decisão foi tomada pelo tribunal pleno do TRT-15 já na tarde de sexta-feira (13/4).
Dória é um dos 25 presos na Operação Hurricane, deflagrada pela Polícia Federal na sexta-feira nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia e no Distrito Federal para deter supostos envolvidos na máfia dos caça-níqueis. A operação é resultado de um ano de investigações sigilosas ordenadas pelo ministro Cezar Peluso, do Supremo Tribunal Federal.
O presidente em exercício do TRT-15, Renato Buratto, também esclareceu em nota que os fatos investigados não têm ligação com a atividade de Dória como juiz do Trabalho. A opinião é embasada pelos noticias veiculadas sobre o Inquérito.
Do Judiciário, também foram presos os desembargadores do Tribunal Regional Federal da 2ª Região José Eduardo Carreira Alvim e José Ricardo Regueira e o procurador-regional da República João Sérgio Leal Pereira.
Foram presos também Anísio Abraão David, ex-presidente da Escola de Samba Beija-Flor de Nilópolis; Capitão Guimarães, presidente da Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro; Antônio Petrus Kalil, conhecido como Turcão, apontado pela Polícia como um dos mais influentes bicheiros do Rio; a corregedora da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Suzi Pinheiro Dias de Matos e o irmão do ministro do Superior Tribunal de Justiça Paulo Medina; o advogado Virgílio Medina.
No total, foram cumpridos 70 mandados de busca e apreensão e 25 mandados de prisão. Os presos foram transferidos para Brasília. O material apreendido é analisado na Diretoria de Inteligência Policial com o objetivo de complementar os trabalhos de investigação.
Inquérito 2.424/06
Comentários de leitores
4 comentários
Ricardo, aposentado (Outros)
A notícia abaixo, divulgada no site TERRA, é bem interessante. Polícia Terça, 17 de abril de 2007, 13h34 Atualizada às 13h42 Juiz confirma venda de sentenças, diz PF O juiz do Tribunal Regional do Trabalho de Campinas (SP), Ernesto da Luz Dória, um dos presos na Operação Furacão, confirmou, segundo a Polícia Federal, o esquema de vendas de decisões judiciais e informações para favorecer a máfia dos bingos e caça-níqueis. A PF considera o depoimento dele como o mais importante até o momento. As informações são do Jornal Hoje. » Opine sobre o assunto » PF vai pedir renovação da prisão de 25 » PF apreendeu mais de R$ 15 milhões » Presa quadrilha que agia em 4 Estados » Leia mais notícias do jornal O Dia Os depoimentos serão retomados nesta terça-feira, às 14h. Dos 25 presos, ainda faltam ser ouvidas cinco pessoas. Entre os presos estão contraventores, delegados e magistrados acusados de crimes como corrupção, tráfico de influência e envolvimento com jogos ilegais. Ontem à noite chegaram a Brasília os veículos apreendidos com o grupo. De acordo com balanço da PF divulgado hoje, foram apreendidos 21 carros, quatro mortos, um barco, 523 peças de jóias, 160 relógios, 14 pistolas (algumas exclusivas das Forças Armadas), munições e coletes. Redação Terra
toca (Professor)
Muito bem lembrado Rodrigues. Se decisões dos Desembargadores favoreceram os operadores de jogos ilegais, não são poucas as decisões de juízes, desembargadores e ministros que favorecem os bancos a troco de equipamentos de informática, viagens, férias e outras regalias. Será que isto também não é crime???
Rodrigues (Outros)
Exemplar esta operação, demonstarando qua ainda resta um pouco de dignidade neste poder que deve fazer e agir com justiça. Quiça outros envolvimentos de magistrados com bancos, como anunciado em noticiários passados, onde na Ilha de Comandatuba o BRADESCO patrocinou regalias a renomados participantes do judiciário, sejam esclarecidos sob pena de macular ainda mais a imagem deste poder que deveria ser a prova de trambicagens.Ainda que sejam seres humanos.
Comentários encerrados em 24/04/2007.
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