Processo no processo

Procurador Luiz Francisco pretende processar Eduardo Jorge

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19 de setembro de 2006, 15h45

O procurador regional da República Luiz Francisco de Souza afirmou que vai processar Eduardo Jorge, que o acusou de falsidade ideológica. É mais um capítulo da briga entre o procurador e o ex-secretário-geral do governo FHC.

Em junho de 2005, Eduardo Jorge levou ao Conselho Nacional do Ministério Público um pedido de processo disciplinar e punição contra os procuradores Luiz Francisco de Souza e Guilherme Schelb. EJ acusa os dois de perseguição imotivada, ilícitos administrativos e criminais.

Nesta terça-feira (19/9), foi ouvida a primeira testemunha de EJ, o advogado Alexandre Poletti. Durante a audiência, o ex-secretário acusou Souza de falsidade ideológica. “Se o senhor repetir essa acusação, vou processá-lo por crime contra a honra”, ameaçou o procurador. Mesmo com a ameaça, Eduardo Jorge se manteve firme: “Reitero que o procurador Luiz Francisco praticou falsidade ideológica”.

O procurador espera, agora, que EJ se retrate na próxima audiência, ainda sem data marcada. Caso contrário, buscará reparação pela ofensa na Justiça.

Testemunha

Na audiência, Souza argumentou que o advogado Alexandre Poletti não poderia atuar como testemunha de EJ pois era seu amigo íntimo e já tinha advogado para as empresas onde EJ tem participações. A defesa de Eduardo Jorge argumentou que Poletti não tem parentesco com EJ, não é seu amigo íntimo e sua relação se restringia a serviços prestados às empresas. Depois da discussão preliminar, ficou decidido que Poletti prestaria seu depoimento como informante e não mais como testemunha, ou seja, sem prestar compromisso de dizer apenas a verdade.

Depois de quase quatro horas de conversa e depoimento do informante, o relator do processo no CNMP, Hugo Cavalcanti, encerrou a sessão. Ele vai aguardar a intimação de novas testemunhas e finalização de algumas provas. Para o conselheiro, a sessão desta terça não colaborou muito com a evolução do caso. Durante a sessão, Hugo Cavalcanti ressaltou que as perguntas da advogada de EJ fugiram um pouco do objeto do pedido.

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