Freud explica

PF ouvirá assessor de Lula apontado como comprador de dossiê

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18 de setembro de 2006, 11h46

A Polícia Federal toma depoimento, nesta segunda-feira (18/9), de um dos assessores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, chamado Freud Godoy. Em depoimento à PF, o advogado Gedimar Passos, preso na semana passada, mencionou o nome de Freud Godoy como o integrante do PT responsável pela operação de compra de documentos que comprometeriam os candidatos José Serra e Geraldo Alckmin.

Freud Godoy teria ordenado o pagamento de R$ 1,7 milhão por documentos e informações que envolveriam os políticos tucanos no esquema de venda de ambulâncias superfaturadas, que ganhou o nome de Máfia dos Sanguessugas.

Foi fácil para a PF localizar Freud Godoy: seu nome consta do site oficial da Presidência da República, na função de assessor especial da Secretaria Particular, do Gabinete Pessoal do Presidente da República (clique aqui para acessar o site).

No site do Partido dos Trabalhadores, Freud Godoy aparece na relação dos 974 contribuintes do PT em cargos de confiança do Poder Executivo.

Consta também que Freud seria dono de uma empresa de segurança em São Paulo. Reportagem publicada pelo Correio Brasiliense, em 25 de agosto de 1999, cita o assessor do presidente como “segurança oficial de Lula”. O texto, que relatava a organização para a chamada Marcha dos 100 mil, diz: “dono de uma empresa de vigilância em São Paulo, Freud será o responsável pelo controle dos manifestantes. ‘Não vamos deixar as pessoas ultrapassarem os limites estabelecidos’, diz”.

O site que trata das Universidades do Brasil, o Universia, (veja aqui,) cita Freud Godoy como “assessor especial da Presidência lotado no gabinete de Marisa”, e diz que ele “encaminhou ao MEC um pedido de informações sobre o processo de descredenciamento da Fags — Faculdades Garcia Silveira, de Brasília. ‘Não há intenção de influenciar ou favorecer ninguém’, afirma Freud, que foi segurança pessoal de Lula nas quatro eleições presidenciais disputadas pelo petista”.

Em entrevista ao Jornal Hoje, da TV Globo, o assessor do presidente Lula afirmou que esteve quatro vezes com Gedimar, mas para tratar exclusivamente de assuntos relacionados à segurança da campanha à reeleição de Lula. Freud rejeita a afirmação de que mandou comprar documentos de Luiz Antônio Vedoin. “Quero ver como ele prova isso”, disse.

O primeiro encontro, segundo Freud, foi há cerca de um mês, no diretório nacional do PT. Nos encontros seguintes, eles acertaram como seria feita a varredura nos telefones do comitê nacional do PT, em busca de grampos. O assessor afirmou que se apresentará para depor nesta segunda, às 17h, na sede da PF em São Paulo.

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