Dossiê sanguessuga

Serra faz ofensiva jurídica contra dossiê e informações

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17 de setembro de 2006, 17h14

As assessorias jurídicas das campanhas do PSDB, PT e PMDB preparam suas armas para a guerra judicial em torno da tentativa de venda do dossiê e do próprio dossiê que busca comprometer José Serra com a máfia dos sanguessugas. O PSDB saiu na frente e conseguiu na Justiça Eleitoral de São Paulo suspender a propaganda do PMDB que mostra reportagem da revista IstoÉ.

A contraofensiva do PSDB inclui um pedido à Justiça para que o PT seja investigado para apontar de onde veio o dinheiro para a compra do vídeo e das imagens que comprovariam o envolvimento de Serra na compra superfaturada de ambulâncias.

José Serra também anunciou que vai ajuizar notícia-crime contra Luiz Antônio Vedoin, dono da Planam, por tê-lo acusado de fazer parte da máfia dos Sanguessugas enquanto era ministro da Saúde, no governo de Fernando Henrique Cardoso. A acusação foi feita em entrevista à semanal Istoé.

Embora tudo indique que a compra dos documentos comprometedores seja uma iniciativa de gente ligada ao PT, foi Orestes Quércia, o candidato do PMDB que concorre com Serra ao governo de São Paulo, quem primeiro tratou de explorar a reportagem da IstoÉ na propaganda eleitoral. Quércia está em terceiro lugar nas intenções de voto e, tenta explorar as acusações contra Serra para chegar ao segundo lugar.

O tucano já conseguiu uma vitória contra o PMDB, que teve de suspender a propaganda em que diz: “No tempo de Serra e Fernando Henrique, a corrupção começou a sugar a saúde dos brasileiros” e que o esquema de corrupção atuava com o aval de Serra. O Tribunal Regional Eleitoral paulista concedeu liminar ao PSDB para impedir a veiculação da propaganda.

Ricardo Vita Porto, advogado de Quércia, esclarece, no entanto, que “a Justiça Eleitoral não está proibindo que os partidos repercutam os fatos noticiados pela revista IstoÉ”. O que aconteceu, segundo Porto, é que o TRE entendeu que a inserção, que foi ao ar na sexta-feira (15/9), não identificou “suficientemente” a publicidade como sendo do PMDB.

No campo político, o PT desmentiu sua vinculação com o dossiê e com a operação de compra e venda de informações. No campo da Justiça Eleitoral, o advogado do partido, Hélio Freitas Silveira, diz que vai esperar os ataques e acusações contra o PT e seus candidatos e só então vai agir. “Vamos aguardar os acontecimentos”.

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