Quebra de sigilo telefônico de namorada de coronel é autorizada
15 de setembro de 2006, 13h15
O juiz Richard Francisco Chequini, do 1º Tribunal do Júri de São Paulo, autorizou a quebra de sigilo telefônico do coronel Ubiratan Guimarães, da namorada dele, a advogada Carla Cepollina e de mais seis pessoas ligadas ao coronel. Também foi decretado segredo de justiça no caso.
A medida atinge 15 linhas, de telefones fixos e celulares, e se restringe a ligações efetuadas de 1º e 12 de setembro deste ano. Segundo o juiz, “não se cuida de interceptação telefônica, mas sim e precisamente de quebra de sigilo sobre os dados constantes do próprio extrato de utilização das linhas”.
Chequini concedeu prazo de 60 dias para a conclusão das investigações e, a pedido da Polícia e do Ministério Público, decretou segredo de justiça no caso para garantir a privacidade dos investigados.
O coronel da Polícia Militar Ubiratan Guimarães, que comandou o Massacre do Carandiru e era deputado estadual pelo PTB, foi encontrado morto, com um tiro no abdômen, em seu apartamento, no bairro dos Jardins, em São Paulo no domingo (11/9).
Segundo o MP, tudo faz crer que uma pessoa próxima o matou por que não havia sinais de arrombamento no apartamento nem vestígios de luta.
Ubiratan foi levado a júri popular em 2001 pelo Massacre do Carandiru e condenado a 632 anos de prisão pela morte de 102 dos 111 presos. Em fevereiro deste ano, a sentença da juíza Maria Cristina Cotrofe foi revertida. O Tribunal de Justiça de São Paulo absolveu Ubiratan Guimarães, por 20 votos a dois.
A maioria dos desembargadores acatou argumentos apresentados pela Defensoria e inocentou o coronel. A absolvição causou reações de indignação de entidades de direitos humanos no Brasil e no exterior, como a Anistia Internacional.
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