Fatos inusitados

Eleição foi tranqüila, com alguns pequenos incidentes

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29 de outubro de 2006, 19h21

O segundo turno das eleições de 2006 foi o mais tranqüilo dos últimos anos, afirmou neste domingo (29/10) o diretor-geral do Tribunal Superior Eleitoral, Athayde Fontoura Filho. Ele atribui o fato ao planejamento feito pela Justiça Eleitoral.

Houve pequenos tumultos e 243 pessoas foram presas por desrespeito à legislação eleitoral, segundo o corregedor-geral da Justiça Eleitoral, ministro Cesar Asfor Rocha. Dos presos, 86 foram pegos fazendo boca-de-urna e 39 transportando ilegalmente eleitores. Além disso, 12 pessoas foram presas por fazer propaganda, cinco por compra de votos, cinco pelo uso de alto-falante ou por fazer comícios e 96 por outros motivos. O maior número de prisões ocorreu no estado do Paraná, com 45 presos.

No lugar da mãe

A doméstica Ednéia Aparecida Ferreira, de 45 anos, votou no lugar da mãe, Benedita Cardoso Ferreira, que já morreu. Apesar de a lei prever detenção nestes casos, o voto foi validado. O delegado que registrou a ocorrência entendeu o ato como um engano da eleitora. A Justiça Eleitoral vai investigar se houve má-fé.

Ednéia usou o título da mãe para votar em São José do Rio Preto, interior de São Paulo. A eleitora chegou às 9 horas na 81ª seção, onde costuma votar, mas foi avisada para ir à 80ª seção, ao lado. Assinou o comprovante, mas percebeu que o espaço era destinado à assinatura da mãe e avisou os mesários. Eles chamaram a polícia e Ednéia foi levada ao 6º Distrito Policial. A doméstica disse que pegou o título errado e não percebeu a troca.

O cartório eleitoral informou que o voto dado em nome da mãe foi considerado válido e serviu para substituir o voto da doméstica, que não precisou votar duas vezes.

Urna furtada

Foi furtada uma urna no centro da cidade de Ariquemes (RO), a 200 quilômetros de Porto Velho. De acordo com informações repassadas pelo Tribunal Regional Eleitoral, o guarda que fazia a vigilância do local ausentou-se para receber água mineral na porta da seção e quando retornou, a urna havia sido roubada. A urna foi substituída e, automaticamente, cancelada do processo de totalização.

Camisetas apreendidas

O Ministério Público Eleitoral entrou com representação contra o candidato a governador do Rio Grande do Norte, Garibaldi Alves Filho (PMDB) e sua coligação. Foram apreendidas 1,2 mil camisetas da cor verde, contendo propaganda eleitoral com os dizeres “Sou Mais 15”.

Essa não é a primeira vez que são apreendidas camisetas com propaganda do candidato: em 27 de outubro foram encontradas 1.550 camisetas. Francisco Alessandro Correia dos Santos: flagrado com as camisetas, alegou que o material seria doado a amigos e parentes.

Militantes proibidos

O juiz João Adalberto Castro Alves, da 6ª Zona Eleitoral de Porto Velho, proibiu evento que estava programado pela coligação de Lula para este domingo (29/10). O evento deveria acontecer das 15 às 23h55. O juiz entendeu que a concentração configuraria propaganda eleitoral, o que é vedado no dia da eleição.

Nariz de palhaço

Jovens distribuíram nariz de palhaço a eleitores em São Paulo. Eles fizeram um protesto pacífico em favor da consciência política com uma faixa escrita: “Somos palhaços sem graça de um circo sem futuro”, em frente a alguns grandes colégios eleitores no estado. Segundo o radialista Kelson Moraes Ribeiro, de 24 anos, que participou do movimento em São José dos Campos, “até a polícia veio saber o que estávamos fazendo aqui, mas não tivemos nenhum problema. Este ato não é a favor de nenhum candidato. É para que as pessoas pensem mais e reflitam sobre o poder que elas têm”.

Sem energia

Os municípios de Uruçuí, Ribeiro Gonçalves, Jerumenha e Baixa Grande do Ribeiro, no Piauí, ficaram sem energia elétrica por conta de um vendaval ocorrido no sábado à noite (28/10). Apesar do incidente, nenhuma seção passou para votação manual, já que as urnas eletrônicas têm baterias internas que duram até 12 horas.

Ilha alagada

Os índios da aldeia indígena Fontoura, na ilha do Bananal (TO), só puderam votar depois do meio-dia, quando a urna foi finalmente instalada. A chuva alagou o acesso à ilha, dificultando o deslocamento da equipe da Justiça Eleitoral que levaria a urna eletrônica até a aldeia. A urna foi de avião para o município de São Felix (MT) e seguiria de carro. O carro atolou e alguns índios foram acionados para fazer o deslocamento da urna por rio. Cerca de 200 eleitores votam na aldeia.

Enfarte na urna

Uma eleitora sofreu um enfarte e morreu neste domingo após votar na cidade de Condado, no sertão paraibano. De acordo com informações do Hospital Regional da cidade de Patos, Diva Nogueira da Silva, 57 anos, deixava a seção eleitoral onde havia votado acompanhada de uma amiga e sentiu-se mal, desmaiando em seguida. A mulher foi socorrida e levada para o município vizinho, mas chegou morta no hospital. O mesmo ocorreu com o eleitor Eraldo Martins Chaves, 69 anos, morador de Recife, que após votar, passou mal e já chegou no hospital sem vida.

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