Compra do dossiê

Alckmin pede para TSE ouvir testemunhas da compra do dossiê

Autor

17 de outubro de 2006, 17h08

A coligação de Geraldo Alckmin, candidato à Presidência, pediu ao ministro Cesar Asfor Rocha, corregedor-geral da Justiça Eleitoral, que dê início à fase de instrução na ação que investiga a compra do dossiê por integrantes do PT. Os documentos e imagens comprovariam a participação de tucanos na máfia dos Sanguessugas. O requerimento foi protocolado no Tribunal Superior Eleitoral nesta terça-feira (17/10).

O ministro Cesar Asfor Rocha é o relator da Representação ajuizada pela coligação. Os autores da ação alegam que Lula teria se “beneficiado com atos de abuso de poder” no episódio da apreensão de material que se destinava a vincular Geraldo Alckmin e o governador eleito de São Paulo, José Serra, no escândalo de compra superfaturada de ambulâncias.

Na ação, também são réus o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, o ex-presidente nacional do PT, Ricardo Berzoini, o ex-assessor da Presidência Freud Godoy, o empresário Valdebran Padilha e o advogado Gedimar Passos.

Na petição apresentada nesta terça-feira, a coligação ainda pede que seja anexado aos autos do processo um exemplar da última edição da revista Veja. Nela, noticia-se que integrantes da PF facilitaram um encontro ilegal entre os petistas Freud Godoy e Gedimar Passos para acertar os depoimentos dos dois e proteger o presidente Lula.

Além disso, pede que sejam convocados para prestar depoimentos os jornalistas Marcio Aith, Policarpo Júnior e Camila Pereira, que assinam a reportagem Um enigma chamado Freud.

Gedimar Passos e Valdebran Pereira foram presos em setembro com os R$ 1,75 milhões, que comprariam o dossiê. Em seu primeiro depoimento, Gedimar acusou Freud Godoy de ser o mandante da compra. Na reportagem, a revista descreve uma “operação abafa” para blindar o presidente Lula, comandada pelo ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos. Segundo a Veja, a operação tinha o objetivo de fazer Gedimar recuar e dizer que Freud não tem nada a ver com a negociata.

Para convencer Gedimar, segundo a revista, a PF autorizou uma visita de Freud a Gedimar, fora do horário regular e sem registro de autorização. A revista também acusa o ministro da Justiça de ter telefonado para o superintendente da Polícia Federal, Geraldo José Araújo, logo após a prisão de Gedimar para perguntar: “Isso respinga no presidente?”. A publicação se baseia no relato escrito de três delegados da corporação, cujos nomes não são citados na reportagem.

No pedido, a coligação de Alckmin também pede que sejam chamados para depor o chefe do núcleo de custódia da PF, Jorge Luiz Herculano, e o diretor-executivo da Superintendência Regional da Polícia Federal em São Paulo, Severino Alexandre.

RP 1.176

Visite o blog Consultor Jurídico nas Eleições 2006.

Tags:

Encontrou um erro? Avise nossa equipe!