Choque no ar

Justiça rejeita pedido de apreensão do jato Legacy

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6 de outubro de 2006, 19h53

A juíza Ana Maria Cantarino, da 3ª Vara Cível de Brasília, rejeitou o pedido de apreensão do jato Legacy, feito pelo marido de uma das vítimas do acidente causado pela colisão do jato com o Boeing da Gol na sexta-feira passada (29/9). O acidente fez 154 vítimas. A juíza exigiu o atestado de óbito da vítima para analisar o pedido.

Os advogados Paulo Ramalho e Marcelo Moura de Souza afirmaram que vão recorrer da decisão. O objetivo da ação é garantir o pagamento de indenização a Bernardo Álvares da Silva Campos, que perdeu no acidente a mulher Patrícia de Souza Moreira, funcionária da Nokia.

Como a ExcelAire — empresa de táxi aéreo dona do Legacy — não tem bens no Brasil, a não ser o jato avaliado em US$ 24 milhões, busca-se com garantir o pagamento futuro.

O Boeing 737/800 da Gol fazia o vôo 1907, entre Manaus e o Rio de Janeiro, com escala em Brasília. O avião caiu depois de bater no Legacy, jato executivo fabricado pela Embraer, que ia de São José dos Campos (SP) para os Estados Unidos.

As 154 pessoas — 148 passageiros e seis tripulantes — que estavam no Boeing morreram. O Legacy era conduzido pelo piloto Joseph Lepore e o co-piloto Jan Paul Paladino, ambos americanos, e levava dois funcionários da empresa ExcelAire, que havia acabado de adquirir o avião em São José dos Campos, um repórter do New York Times, além de dois funcionários da Embraer. Todos sobreviveram sem ferimentos.

Os pilotos do Legacy estão proibidos de sair do país desde segunda-feira (2/10), quando seus passaportes foram apreendidos pela Polícia Federal. A PF abriu um inquérito para investigar as responsabilidades no acidente. Investigações da aeronáutica apontam que o Legacy trafegava fora aerovia permitida e que os sistemas de comunicação desligados.

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