Uso da máquina

Ministro da Fazenda é acusado de fazer campanha para Lula

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5 de outubro de 2006, 21h13

O Ministro da Fazenda, Guido Mantega virou alvo da Justiça Eleitoral. Nesta quinta-feira (5/10) os advogados do candidato Geraldo Alckmin levaram ao Tribunal Superior Eleitoral uma representação contra o ministro da Fazenda e o candidato-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Os advogados de Alckmin defendem que o ministro se utilizou da máquina pública para fazer propaganda política para Lula. De acordo com as sanções previstas em lei, pedem a cassação do registro de Lula e, para o ministro, multa além da retirada da entrevista de circulação.

Os advogados afirmam que em entrevista coletiva concedida a jornalistas na terça-feira (3/5) o ministro não se referiu a tema ligado à atuação do Ministério da Fazenda. “Na realidade, passou a fazer escancaradamente campanha eleitoral em favor do Presidente da República candidato à reeleição”, afirmam os advogados. A íntegra da entrevista está disponível na página do Ministério da Fazenda na internet: http://www.fazenda.gov.br sob o título “Ministro Mantega comenta a reação do mercado ao resultado das eleições”.

De acordo com o advogado, a conduta do ministro está expressamente proibida no artigo 73 da Lei 9.504/97 (Lei das Eleições). O dispositivo elenca os atos vetados a agentes públicos que poderiam desequilibrar a disputa eleitoral. Entre eles, ceder ou usar bens imóveis pertencentes a administração direta ou indireta da União em benefício de candidato ou coligação. A representação defende que Guido Mantega se utilizou da estrutura do Ministério da Fazenda para convocar jornalistas, bem como da página oficial do órgão na internet para difundir sua manifestação.

“A entrevista concedida pelo Ministro de Estado não passou de um ato de campanha eleitoral, no qual, de maneira cristalina], faz a exaltação da política econômica do candidato por ele apoiado, ao passo que tenta desmerecer as propostas do contendor”, afirmam os advogados de Alckmin.

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