Boa intenção

Delegado nega ter recebido dinheiro para divulgar fotos

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2 de outubro de 2006, 19h16

O delegado da Polícia Federal Edmilson Pereira Bruno negou que tenha vazado as fotos do dinheiro do dossiê PT-sanguessugas por questões políticas ou financeiras. O dinheiro, R$ 1,7 milhão, seria usado na compra de um dossiê que comprometeria o então candidato ao governo de São Paulo, o tucano José Serra. O delegado declarou que sua intenção era apenas revelar a verdade.

Bruno foi o responsável pela prisão do ex-agente da Polícia Federal Gedimar Passos e do empresário Valdebran Padilha, os intermediários na operação de compra e venda do dossiê. Na quinta-feira (28/9) o delegado distribuiu à imprensa CDs contendo as fotos, que até então eram mantidas em segredo pela Polícia Federal. As informações são da Agência Brasil.

Bruno afirmou que as fotos não estavam sob sigilo e, por isso, não cometeu nenhum crime ao divulgá-las à imprensa. Ele também negou ter recebido dinheiro da imprensa pelos CDs em que gravou as 23 fotos do dinheiro apreendido, tiradas durante perícia realizada na quinta-feira (28/9). “Não recebi dinheiro. Querem quebrar o meu sigilo, mas não precisa. Eu entrego o meu sigilo”.

Na sexta-feira (29/9), o superintendente da Polícia Federal em São Paulo, Geraldo José de Araújo, confirmou a veracidade das imagens divulgadas pela imprensa. Mas, segundo ele, essas fotos não foram tiradas no dia em que a PF flagrou o dinheiro. As fotos originais continuam preservadas pela polícia.

“Fiz sozinho, por consciência. Não para ser herói e paladino da Justiça, mas para cumprir meu dever como delegado da PF”, afirmou Bruno a jornalistas, na Superintendência da Polícia Federal em São Paulo. “Vocês acham que a sociedade tem o direito de saber a verdade? Se sim, eu agi certo. Se não, eu agi errado”, declarou.

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