Porta de delegacia

Oposição registra ocorrência na PF contra direção da OAB-SP

Autor

20 de novembro de 2006, 12h54

A campanha eleitoral da OAB-SP foi parar na porta da Polícia Federal, na manhã desta segunda-feira (20/11). Leandro Pinto e Clodoaldo Pacce, candidatos de oposição, tentaram registrar boletim de ocorrência para preservação de direito contra a diretoria da entidade e contra a Comissão Eleitoral. A ocorrência não foi registrada na hora por falta de um delegado. Os candidatos afirmaram que voltarão à sede da PF para concluir o trâmite.

Os dois candidatos alegam terem tido cerceada sua liberdade de expressão na campanha e ameaçam pedir a intervenção do Conselho Federal na seccional e na comissão de eleições. O presidente licenciado e candidato Luís Flávio Borges D’Urso é o principal alvo da ação da oposição.

O desentendimento tem como origem a propaganda eleitoral gratuita no programa de TV da OAB-SP. De acordo com Pacce, há15 dias, representantes das quatro chapas se reuniram para definir as regras para a gravação da propaganda. Na ocasião ficou acertado que cada chapa teria direito a 7 minutos e 30 segundos de exibição, responsabilizando-se pelo conteúdo e formato do programa a ser apresentado.

Ainda segundo Clodoaldo, a primeira série de programas foi gravada e apresentada sem maiores problemas. Na manhã desta segunda-feira, no entanto, ao se apresentar no estúdio da Ordem para gravar o seu programa, Leandro Pinto foi informado de que não poderia exibir a logomarca de sua campanha. A ordem teria partido de Marcos da Costa, tesoureiro na atual diretoria e candidato à reeleição.

De acordo com Leandro Pinto, Costa não tem competência para ditar regras sobre a campanha eleitoral: “O tesoureiro tem de se ater às funções estabelecidas pelo estatuto da Ordem”, diz o candidato. Para ele, a intervenção do tesoureiro seria também uma afronta à comissão eleitoral. “Que aliás está com um monte de representações contra a chapa da situação e não despacha nenhuma”.

“O que vale para Jesus, vale para Genésio”, reclama Pacce, para quem além da restrição à livre manifestação de opinião, a comissão eleitoral não está dispensando tratamento isonômico às chapas de oposição. “As chapas de oposição, incluindo a do Rui Celso Fragoso, já pediram há tempos o mailing dos advogados inscritos na OAB, mas a diretoria bem como a comissão eleitoral se recusam a entregar”.

Além do boletim de ocorrência na Polícia Federal, os dois candidatos pretendem também encaminhar ainda hoje o pedido de intervenção do Conselho Federal na seccional paulista. Querem o afastamento tanto da atual presidente, Márcia Melaré, que é candidata a vice na chapa da situação encabeçada por Luís Flávio Borges D’Urso, como da comissão eleitoral.

Autores

Tags:

Encontrou um erro? Avise nossa equipe!