Ministro sem pasta

Thomaz Bastos sai, mas continua colaborando com o governo

Autor

14 de novembro de 2006, 18h25

Confirmada sua decisão de deixar o Ministério da Justiça, que ocupou nos últimos quatro anos, o ministro Márcio Thomaz Bastos busca fórmulas para continuar colaborando com o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Bastos combinou com o presidente que deverá ir a Brasília pelo menos uma vez por semana. E, antes de deixar o governo, deverá entregar uma proposta de reforma política, já em fase final de elaboração por uma equipe de assessores e consultores do ministério.

O ministro Márcio Thomaz Bastos é um raro exemplo de equilíbrio em um território marcado por instabilidades. Ele é um dos cinco sobreviventes do ministério original que Lula nomeou no início de seu governo em 2003 (os outros sobreviventes são Celso Amorim, das Relações Exteriores; Gilberto Gil, da Cultura; Luiz Fernando Furlan, da Indústria e Comércio; e Marina Silva, do Meio Ambiente).

Thomaz Bastos é também um recordista de permanência no Ministério da Justiça, caracterizado ao longo da história pela alta rotatividade em seu comando. Em oito anos do governo Fernando Henrique, por exemplo, a pasta teve nove titulares.

Criminalista dos mais conceituados do país, o futuro ex-ministro deverá retomar as atividades em seu escritório em São Paulo, tão logo encerre sua missão em Brasília.

Só não se sabe ainda quem o substituirá. Já se falou no também criminalista paulista Alberto Zacharias Toron e no ministro Sepúlveda Pertence, do Supremo Tribunal Federal. Muito se tem falado em Nelson Jobim, também ex-ministro do Supremo e um dos ocupantes da pasta no governo FHC. Dos falados, todos negam. Uma coisa é certa. Ninguém será indicado para o cargo sem o aval do próprio Márcio Thomaz Bastos.

Autores

Tags:

Encontrou um erro? Avise nossa equipe!