Dossiê PT-sanguessuga

PF quebrou sigilo de telefone da Folha de S. Paulo

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8 de novembro de 2006, 20h11

Um dos telefones da sucursal de Brasília do jornal Folha de S. Paulo, instalado no comitê de imprensa da Câmara dos Deputados, teve o seu sigilo quebrado em meio às investigações da compra do dossiê PT-sanguessugas. As informações são da Folha.

De acordo com a reportagem do jornal, o pedido de quebra feito pela Polícia Federal à Justiça, no dia 24 de setembro, incluiu ainda outros 168 números telefônicos, entre eles o do aparelho celular profissional utilizado por uma repórter da Folha.

Os números investigados estavam registrados no celular de Gedimar Passos, um dos detidos pela PF em 15 de setembro por negociar o dossiê.

A PF alega que não sabia que os telefones eram do jornal, e que não buscou investigar procedimentos da Folha. “Vimos que todas as ligações feitas pela Folha foram posteriores a essa data [da prisão], que os jornalistas estavam apenas tentando obter mais informações sobre o caso. Logo descartamos qualquer investigação sobre a Folha“, disse o delegado responsável pelo caso, Diógenes Curado.

Os sigilos quebrados estão em posse da PF, que repassou cópia à CPI dos Sanguessugas. Não é possível saber se a PF já obteve a quebra também do telefone celular da repórter. Ainda de acordo com esses dados, que podem estar incompletos, a Folha é o único órgão de imprensa que teve o sigilo quebrado durante a investigação.

A planilha enviada à PF pela empresa de telefonia Brasil Telecom lista 1.218 ligações feitas e recebidas pelo aparelho da Folha entre 1º de agosto e 29 de setembro deste ano. Além dos números que ligaram ou receberam chamadas, a PF recebeu os registros da data, hora e duração das ligações.

Os dados constam do inquérito aberto pela PF no dia 18 de setembro para apurar as circunstâncias da tentativa que militantes do PT fizeram de comprar, por R$ 1,7 milhão, material que comprometeria políticos do PSDB no escândalo dos sanguessugas.

A Folha é o único órgão de imprensa citado no relatório, por oito vezes, como tendo feito ligações para pessoas envolvidas na trama. Todas elas ocorreram após a prisão de Gedimar Passos e Valdebran Padilha, no dia 15 de setembro, com o R$ 1,7 milhão.

Há registro nesse relatório, sem identificação, do telefone celular de um repórter do jornal “Globo e do telefone do jornal O Estado de S. Paulo, mas os dois, além de não terem sido identificados, não tiveram o pedido de quebra do sigilo feito pela PF.

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