Que venha 2007

2006 vai entrar para a história como o ano perdido

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5 de novembro de 2006, 6h00

Os brasileiros, em sua grande maioria, não vêem a hora da chegada da meia-noite do próximo dia 31 de dezembro. Pois é. Não estou sendo precipitada coisa nenhuma. O que eu quero mesmo é ver se o país consegue suportar o que vem acontecendo com a já tão sofrida e espoliada classe média brasileira, que tem de suportar a pressão da classe financeira dominante com os seus juros vergonhosos e uma horda de miseráveis que acham que estão muito bem graças à esmola eleitoreira que vêm recebendo do nosso governo.

Um país só é forte e progressista quando tem uma classe média estabilizada, produtiva e consumista. Afinal de contas, só o consumo permite uma economia saudável e uma distribuição normal da renda.

Essa criticada classe média hoje descendente, composta de pequenos empresários, comerciantes e prestadores de serviços, sempre foi denegrida com a peja de exploradora, imperialista, burguesa e outros tantos adjetivos, esquecendo-se que é esta mesma classe a responsável pela manutenção da maioria dos empregos e, principalmente, pelo recolhimento dos impostos que permitem a manutenção de uma elite política sanguessuga que só está preocupada em se manter nos seus cargos e garantir o seu próprio bem-estar.

Esta mesma classe se vê hoje comprometida com as suas dívidas impagáveis, a falta de perspectivas, a insegurança generalizada e, sobretudo, privada de sonhos de progresso, em razão da falta de ética e de vergonha de grande parte dos nossos representantes eleitos.

2006 ficará na história para o povo brasileiro como o ano perdido. O Carnaval foi tarde, perdemos a Copa, esquecemos da ética e percebemos que somos um país de analfabetos, pois depois de tudo que foi falado, visto e publicado, parece que ninguém entendeu, viu ou leu sobre a podre realidade que estamos atravessando.

A eleição está aí para comprovar o que penso, pois como já disse Plinio Sgarbi, há duas classes de votantes:

“A classe minoritária, das trilhonárias contribuições de campanhas, integrada ao circuito do consumo de bens e serviços, que pouco importa contribuir com esse ou aquele, em eleger um ou outro, tanto faz. Desde que os shopping centers continuem lustrosos e as viagens a Europa, garantidas. Para essa classe sempre tem um jeito para que tudo vá bem.

Outra classe é a majoritária, que durante alguns meses no processo eleitoral, tem a chance de ganhar algo na venda do voto. Depois, a vida desses e de mais outros com cartão de crédito parecendo uma navalha e mais alguns muitos otários compradores de promessas e de falsos ídolos continuam duras, carentes e miseráveis. Suas vidas vão seguir o rumo de sempre, lamentações”.

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