Porta errada

Juíza nega suspensão de leilão do Bola Preta no Rio

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9 de março de 2006, 7h00

Está mantido o leilão da sede do clube Cordão do Bola Preta, no Rio de Janeiro. A juíza Gisele Guida de Faria, da 4ª Vara da Fazenda Pública do estado, negou o pedido e julgou extinta, sem análise do mérito, a ação popular do Movimento pela Valorização da Cultura, do Idioma e das Riquezas do Brasil para suspender o leilão.

Segundo a juíza Gisele Guida, o “meio hábil” para reformar uma decisão judicial é o recurso ao Tribunal de Justiça. “Não há nos autos qualquer notícia de interposição de recurso perante o Egrégio Tribunal de Justiça”, ressaltou na sentença. A ação foi proposta por Wagner Luiz de Vasconcelos, representante do movimento contra o juiz da 38ª Vara Cível da capital, que determinou o leilão na ação de execução proposta pelo Condomínio do Edifício Municipal.

Com base no Codjerj — Código de Organização Judiciária do Rio de Janeiro, o movimento alegou que o leilão deveria ser feito por oficiais de justiça, na função de porteiro de auditório, e não por um leiloeiro público, como foi determinado pela 38ª Vara Cível. Argumentou ainda que tal substituição onera os cofres públicos, que deixará de recolher a comissão relativa à venda.

“Ocorre que o Codjerj é lei ordinária estadual, hierarquicamente inferior ao Código do Processo Civil, que estabelece em seu artigo 706, que o leiloeiro público será livremente escolhido pelo credor”, afirmou a juíza Gisele Guida.

A primeira praça foi feita nesta quarta-feira (8/3), no térreo do Fórum Central, pelo leiloeiro Acir Joaquim da Costa. No entanto, não houve comprador. A segunda praça está marcada para o dia 20 de março, no mesmo local, às 15h.

De acordo com o Condomínio Municipal, autor da execução, o Bola Preta é proprietário das salas 202, 404, 406, 417, 418 e 419; da sobreloja B e de todo o terceiro andar do prédio. As unidades estão avaliadas em R$ 974 mil. O clube não paga cotas condominiais, fundo de reserva, água, luz, esgoto, seguros e taxas extras desde outubro de 1999. A dívida é de aproximadamente R$ 200 mil.

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